quinta-feira, 20 de junho de 2024

[Daqui e Dali] Liberdade de expressão


Humberto Pinho da Silva

Havia no século XX, para os lados de Felgueiras, jornal que no cabeçalho mostrava a famosa frase de Voltaire (que parece não ser dele,): "Discordo do que diz, mas defenderei até à morte, seu direito de o dizer."

Desconheço se o diretor do periódico seguia rigorosamente o pensamento voltairiano, e se se teria disposto a morrer, mas é o que menos importa.

Quem se aventura a escrever ou a pensar alto, defendendo ideias ou moral em que acredita, em geral, é rotulado de retrógrado, nacionalista ou cabotino, por quem se intitula senhor da única verdade.

Bem disse Joseph Retzinger na missa de abertura do Conclave que o elegeu Papa: "Ter fé, segundo o credo da Igreja, é logo com frequência etiquetado como fundamentalista."

Outrora, em Portugal e Brasil, havia censores oficiais, que ceifavam ideologias divergentes da oficial, e apelidavam os discordantes, de comunistas; agora chamam de puritano ou fascista, quem defende ideias diferente da oficial ou da moda.

Não conheço melhor definição de ditadura e democracia, da que foi pensado pelo grande Millôr Fernandes: "Democracia, é quando eu mando em você. Ditadura, é quando você manda em mim."

Vem a lengalenga a propósito do perigo de opinar nas redes sociais ou na mídia.

Topo, a cada passo, verrinas ofensivas a quem se aventura a discordar da maioria. (Será maioria?)

Ora, a meu ver, cada qual deve ter o direito sagrado de se exprimir livremente, sem receio de ser "espancado" na praça pública.

Discordar é direito que não se deve cercear com palavras afrontosas, como chalupa, ou termos afins, proferidos por democratas, defensores da livre expressão.

Penso que quem assim faz ou diz, não tem intenção de censor, mas, parece, e muitas vezes consegue calar os que pensam diferente de quem tem poder.

Augusto Cury (O Mestre de sensibilidade) referindo-se à geração do século XXI, escreve verdade que cada vez mais se verifica: "Há no ar um clima de denúncia, que os seres futuros serão repetidores de informações, e não pensadores."

O futuro chegou...

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, junho de 2024

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