Humberto Pinho da Silva
Havia no século XX, para
os lados de Felgueiras, jornal que no cabeçalho mostrava a famosa frase de
Voltaire (que parece não ser dele,): "Discordo do que diz, mas defenderei
até à morte, seu direito de o dizer."
Desconheço se o diretor do
periódico seguia rigorosamente o pensamento voltairiano, e se se teria disposto
a morrer, mas é o que menos importa.
Quem se aventura a
escrever ou a pensar alto, defendendo ideias ou moral em que acredita, em
geral, é rotulado de retrógrado, nacionalista ou cabotino, por quem se intitula
senhor da única verdade.
Bem disse Joseph Retzinger
na missa de abertura do Conclave que o elegeu Papa: "Ter fé, segundo
o credo da Igreja, é logo com frequência etiquetado como fundamentalista."
Outrora, em Portugal e
Brasil, havia censores oficiais, que ceifavam ideologias divergentes da
oficial, e apelidavam os discordantes, de comunistas; agora chamam de puritano
ou fascista, quem defende ideias diferente da oficial ou da moda.
Não conheço melhor
definição de ditadura e democracia, da que foi pensado pelo grande Millôr
Fernandes: "Democracia, é quando eu mando em você. Ditadura, é
quando você manda em mim."
Vem a lengalenga a propósito do perigo de opinar nas redes sociais ou na mídia.
Topo, a cada passo,
verrinas ofensivas a quem se aventura a discordar da maioria. (Será maioria?)
Ora, a meu ver, cada qual
deve ter o direito sagrado de se exprimir livremente, sem receio de ser
"espancado" na praça pública.
Discordar é direito que
não se deve cercear com palavras afrontosas, como chalupa, ou termos afins,
proferidos por democratas, defensores da livre expressão.
Penso que quem assim faz
ou diz, não tem intenção de censor, mas, parece, e muitas vezes consegue calar
os que pensam diferente de quem tem poder.
Augusto Cury (O Mestre de
sensibilidade) referindo-se à geração do século XXI, escreve verdade que cada
vez mais se verifica: "Há no ar um clima de denúncia, que os seres
futuros serão repetidores de informações, e não pensadores."
O futuro chegou...
Título e Texto: Humberto
Pinho da Silva, junho de 2024
"Ainda se vende essa porcaria?!"
A situação da igreja em Portugal
Achegas sobre a emigração portuguesa no Brasil
A culpa é (sempre) do anterior
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