segunda-feira, 21 de julho de 2025

[Atualidade em xeque] "Americans go home"

José Manuel

Com tudo o que está acontecendo em relação à sanção econômica americana imposta ao Brasil, vem à minha cabeça alguns flashes de adolescência, e vejo como sempre fomos muito engraçados, constatando ao mesmo tempo que em 65 anos nada mudou, e que continuamos na praia do subdesenvolvimento ativo e enfadonho.

Lembro que lá pelos meus 15 anos, tanto na escola como nas rodas de colegas de bairro e praia, o papo e chavão da moda era sempre o tal do "Americans go home".

Cuba estava na moda e, naturalmente, Fidel Castro, o herói dos desprotegidos do mundo odiento, capitalista e opressor representado pelo vizinho próximo mais ao norte e o seu "American way of life" hipnotizava a manada com seus discursos inflamados.

 Os latino-americanos, claro, hipócrita e ambiguamente, odiavam e desejavam, mas não conseguiam chegar nem perto, pois nunca entenderam que teriam que trabalhar muito para alcançar aquele status de vida.

Era interessantíssimo ver aquela turba de adolescentes ideologicamente perturbados, gritando vivas ao comunismo/ socialismo, sem entenderem muito bem o que aquilo significava, e sempre com uma garrafa de Coca-Cola nas mãos, desafiavam o establishment da época.

Muito interessante e engraçado também, era ver a unanimidade dos que se autodenominavam comunistas de carteirinha, com suas calças Lee ou Lewis Strauss, camisas Ban-lon, tênis All Star, enfim um espelho do já citado “American way of life ", importado a peso de ouro.

Para não fugir ao estilo, a indefectível Coca-Cola sempre na mão, mastigando Cheese burguer nas portas dos Bob's do Bob Falkemburg, mais capitalista impossível.

Ou seja, uma mistura bem latina de Sociocapitalmunismo em terras da tropicália.

Mais interessante ainda, é que esses adolescentes que, claro, foram se tornando adultos, trabalhando em empresas americanas como Esso, IBM, Shell, Ford, Chevrolet, Dodge e tantas outras, jamais tiveram o ideário de visitar uma Sierra Maestra ou algum Gulag soviético.

Em contrapartida, no maior parque de diversões do mundo, a Disney, tropeçava-se em brasileiros avermelhados que se divertiam a valer no capitalismo e muitas compras em Miami e Nova Iorque.

E aí, sessenta e cinco anos se passaram, os adolescentes envelheceram, hoje usam a Internet capitalista e, claro, americana, para tudo, não abrindo mão por nada, deste mundo extraordinário, mas constatando ao mesmo tempo de que nada mudou, ou seja, continuamos no ostracismo dependente “EM TUDO" dos coleguinhas americanos. 

Para não deixar o Fidel morrer, nem o sonho soviético esquecido, alguns velhinhos decrépitos do mundo e para matar as saudades ainda invadem países limítrofes, causam tragédias humanitárias e econômicas, querem publicamente trocar a moeda dos gringos, formar novos blocos comerciais que não se sustentam, tudo para enfrentar aqueles que sempre desejaram, mas nunca tiveram a coragem de copiar.

Só que... foram-se 65 anos.

O mundo mudou, envelhecemos, ninguém de bom senso e caráter acredita mais em devaneios socialistas, e o resultado é essa hecatombe prestes a desembarcar em terras de Santa Cruz.

Moral da história:

"Se a calça Lee não te atrai mais, mude seu estilo, mas não seja ingênuo."

Título e Texto: José Manuel, julho de 2025

Anteriores: 
Carmen Miranda 
A luta é aqui! 
P A R V O N I A 
O momento atual e a história 
Engraçadolândia, o País do Nunca 
A N.O.M. e a Ucrânia 
Mentiras & вранье

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-