Luciano Henrique
Só há uma forma de se discutir
com a mídia vendida hoje no Brasil. É esfregar-lhes na cara o quanto estão
recebendo de verbas estatais absurdas e indevidas originadas de publicidade
estatal, que em quase todos os casos não deveria existir. E em seguida é
imperativo demonstrarmos ao público que não estamos tratando de jornalistas,
mas de advogados do PT disfarçados de jornalistas.
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Otávio Frias Filho |
Em relação às verbas estatais,
devemos perguntar, por exemplo, por que Petrobrás e Correios fazem anúncios?
Elas são empresas monopolistas, logo não temos outra opção diante delas. Para
que os anúncios? Único motivo: comprar apoio político na mídia. Só com os
cortes de anúncios de empresas como Caixa, Banco do Brasil, Petrobrás e
Correios, acabaríamos com 70% dos recursos de anúncios. Isto já melhoraria a
qualidade de nossa mídia, que não teria mais os mesmos motivos
para tanto babaovismo.
Uma evidência de como os
líderes da grande mídia já não dão a mínima para suas próprias reputações (em
troca das verbas de anúncios, evidentemente) está em um editorial da Folha
de S. Paulo. Eles estão indignadíssimos com as discussões sobre o
impeachment, inclusive quanto à possibilidade de Eduardo Cunha rejeitar
uma petição contra Dilma. Acontece que em seguida um deputado poderia recorrer
ao plenário da Câmara, onde uma maioria simples pode determinar o
prosseguimento da ação (o que não é o mesmo que a decretação do impeachment,
que depende de dois terços dos deputados e dos senadores).
O editorial segue:
A fim de que não se deturpe o recurso ao instituto, exige-se que dois
terços dos deputados (342 de 513) afastem o presidente e dois terços dos
senadores (54 de 81) confirmem a decisão. Somente um mandatário já incapaz de
governar não bloquearia esse processo.
Mas, se o julgamento do impeachment é sobretudo político, não se deve
ignorar que ele também contém muito de jurídico. Uma deposição assentada em
razões banais traria instabilidade interna e mancharia a imagem do país aos
olhos da comunidade internacional – o Brasil em tese superou sua fase de
república das bananas.
Como já se afirmou neste mesmo
espaço, o afastamento de um presidente é um remédio amargo a ser ministrado
somente diante de circunstâncias extremas. Sendo mecanismo sempre traumático,
não pode, ao contrário do que parte da oposição quer fazer crer, ser empregado
sem que profundas razões o exijam.
Na ótica desses sujeitinhos,
razão banal é toda aquela que desagrada ao PT. O mesmo jornal apoiou o
impeachment de Collor, portanto não tem moral para fazer encenações deste tipo
e ficar de graça.
Se a Folha de S. Paulo acha
que pedaladas fiscais e corrupção endêmica na Petrobrás são motivos banais,
isto comprova que a verba estatal de anúncios provoca falhas de caráter
irreversíveis. Não poderia faltar o ad baculum (falácia do apelo ao
medo), onde o jornalzinho diz que o impeachment “traria instabilidade e
mancharia a imagem do país aos olhos da comunidade internacional”.
Mentira, pois fizemos
impeachment de Collor e nossa imagem não se manchou por isso. Nem a imagem dos
Estados Unidos se manchou com o impeachment de Nixon. Quanto à instabilidade?
Qualquer um que não seja petista (ou que não pertença às suas linhas
auxiliares) e sentar na cadeira de presidente hoje traria mais confiabilidade
ao país. A instabilidade seria reduzida, não ampliada.
O editorial também mente ao
dizer que o Brasil “superou sua fase de república das bananas”. Não enquanto
lermos editoriais que parecem ter sido combinados com os donos do poder, assim
como ocorre com os jornais de Cuba.
A argumentação da Folha de S.
Paulo só enganaria pascácios e lorpas. No máximo, serve como munição para
os já cooptados pelo esquema.
A Folha é uma mídia
típica de uma república das bananas, que troca a honra pelo servilismo ao poder
totalitário, tal como ocorrera na época do regime militar.
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