Gregorio Vivanco Lopes
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Em Caracas, 60% dos medicamentos estão em falta. No interior, 70%. Hemofílicos, pacientes de câncer e soropositivos estão em situação de desespero. |
Segundo um ditado popular,
errar é humano, perseverar no erro é diabólico.
Aqueles que se equivocaram com
o chamado “bolivarianismo” do falecido presidente Hugo Chávez, crendo que ele
visava o bem do povo, não têm mais pretexto algum para apoiar esse sistema.
Presentemente ele escancarou seu verdadeiro perfil de ditadura ideológica
férrea, que pouco se importa com o povo. É a manifestação de uma seita comunista
agarrada ao poder, sem mais disfarces.
Entretanto, vários governantes
de países latino-americanos que participaram dessa empreitada, seja no Brasil,
na Argentina, na Bolívia, no Equador, seja em outras terras, perseveram nessa
catastrófica empreitada.
Não vamos tratar aqui de como
as coisas degringolaram no Brasil, pois os fatos são de conhecimento geral. A
corrupção a serviço do socialismo quase leva o País completamente a breca. Mas
vale a pena dizer uma palavra sobre a Venezuela, carro-chefe do bolivarianismo.
Deixemos de lado a falta de
alimentos básicos, a perseguição aos opositores, as filas intérminas e
frequentemente frustrantes, além de mil outros sinais de deterioração que fazem
lembrar o apodrecimento da antiga União Soviética, e vamos nos concentrar
apenas num ponto: a saúde da população.
Os dados são do International
Crisis Group (ICG), um dos centros de estudos mais respeitados do mundo, em
relatório de 29 de julho último, sobre a situação da Venezuela (cfr. “Folha de
S. Paulo”, 30-7-2015).
Em Caracas, 60% dos
medicamentos estão em falta. No interior, 70%. Hemofílicos, pacientes de câncer
e soropositivos estão em situação de desespero. A dificuldade de importar
também afeta o abastecimento em insumos médicos e peças de reposição para
equipamentos hospitalares. Sem condições de trabalho, ao menos 10 mil médicos
emigraram.
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Ante a escassez de remédios, muitos venezuelanos com transplantes estão passando pela humilhação de serem obrigados a recorrer a medicamentos veterinários… |
Na maior maternidade de
Caracas, a UTI ficou sem funcionar de 2009 a 2014, e o setor neonatal carece de
pelo menos 41 médicos. Este tipo de deficiência está por trás da alta
mortalidade materna.
Num país afetado por dengue,
chikungunya e malária, o último boletim epidemiológico remonta a novembro de
2014.
O estudo corrobora avaliação
de embaixadas em Caracas, que temem que o governo chavista de Nicolás Maduro,
por razões ideológicas, jamais reconheça a necessidade de ajuda externa.
O leitor por acaso terá ouvido
dizer que a presidente Dilma, ou o presidente Rafael Correa (Equador) ou o
presidente Evo Morales (Bolívia), ou algum outro bolivariano tenha feito um mea
culpa e voltado atrás? Ou que desistiram de seus propósitos? Ou que
cessaram de apoiar o presidente Nicolás Maduro?
É curioso notar que o
bolivarianismo corresponde, nas suas metas, à fase soviética do comunismo. Não
é o comunismo reciclado dos “verdes” e da ecologia radical. Tal assimetria
parece explicar-se pelo fato de que os propulsores da revolução comunista
mundial necessitam manter várias frentes para atingir seus desígnios, umas mais
atualizadas, outras mais retrógradas, conforme os tempos e as situações. Donde
se explica, por exemplo, a existência de uma Coreia do Norte stalinista; de uma
Cuba que finge estar mudando; de uma Venezuela que não se diz oficialmente
comunista. Ao mesmo tempo, sopra intensamente em todo o mundo uma propaganda da
ecologia mais radical. São diferentes estágios dentro de um mesmo processo de
conquista da opinião pública.
Dia virá, e esperamos que não
esteja distante, em que as nações latino-americanas, ainda que à custa de
provações inauditas, retornarão às vias benditas do cristianismo e da
civilização cristã, das quais nunca deveriam ter-se afastado. E se abram assim,
inclusive em sua vida social e política, à proteção materna da Virgem
Santíssima — nelas representada por Padroeiras marianas nacionais —, prenhe de
bens espirituais e mesmo materiais. Essa mesma Virgem, que hoje derrama
lágrimas em algumas aparições, mas cujo pranto nos convida constantemente à
conversão.
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