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Castelo de Lichtenstein, construído originalmente no século XII e reconstruído no XIX. Os castelos são um dos ícones da Idade Média no imaginário das pessoas. |
Valfrido M. Chaves
Sabe-se que na Idade Média,
onde o Feudo era a unidade econômica, social e política de uma região, o poder
era conquistado e garantido a ferro e fogo. Alcançado o poder, os senhores
feudais adquiriam a riqueza através do saque, taxas e impostos, riqueza essa
representada por posses e pelo dito “vil metal”, o ouro. No contexto feudal
surgiu o “Burgos”, a vila, a cidade, o “burguês”, daí se chegando a um universo
econômico que chamamos de “Capitalista”, onde os meios de produção são
propriedade particular, ou privada.
Ao contrário do mundo feudal,
no mundo capitalista o poder é conquistado após o acesso à riqueza. Mas tudo é
verdade até certo ponto, pois, em todo mundo, a riqueza de muitas famílias é
construída “à sombra do poder estatal”, o que poderíamos ver como uma herança
do feudalismo no sistema capitalista. Os comunistas brasileiros, há décadas
passadas, teorizavam sobre “o feudalismo” no campo e que a economia urbana,
portanto capitalista, faria da economia rural a sua “colônia” que alimentaria a
economia das cidades.
Tais idéias se baseavam num
dogma (e comunista só é menos dogmático que o Papa), o de que uma economia
capitalista só funciona se tem uma colônia para sugar. Mas o campo brasileiro
prosperou, não só negando o chiquérrimo besteirol marxista da época, como se
transformou no carro chefe de uma economia sustentável voltada para mercados
externo e interno.
Girando o mundo, num Brasil
onde a economia privada mostra serviços e fôlego para muito futuro, partidos
políticos impregnados daquela ideologia marxista fracassada como profetiza,
promotora de justiça, prosperidade e liberdade, chega ao poder central da
República. Tal meta foi atingida após uma pertinaz, massiva e eficiente
campanha através da qual a maioria da população acreditou que pouco prestava na
condução dos destinos da nação, sobretudo na economia.
Na república popular, entretanto,
a “herança maldita FHC” revelou-se um “céu de brigadeiro”, até agora não
modificada e onde a prosperidade do agro-negócio contrasta com o abandono e
corrupção que envolve assentamentos e a dita reforma agrária. Valeria até dizer
aquele ditado: “Boca falou, c… pagou”, sim senhor! Mas fato é leitor, que
grande parte dos quadros de liderança dos Partidos ditos socialistas e
comunistas no poder, participou da luta armada contra o regime militar, mas,
até hoje, nunca mostraram um documento sequer em que tivessem definido como
objetivo o restabelecimento democrático da Nação.
O objetivo era ideológico, ou
seja, substituição do regime militar por um regime totalitário, coisa da qual
fui testemunha nos anos 60, e do que falarei futuramente. Mas o que até aqui
está posto, leitor, é para apontar para a grande ironia do que se passa em
nosso momento político, que é alto grau de reacionarismo dos socialistas no
poder quando, com todas as letras, praticam uma ação essencial do feudalismo:
instalar-se no poder para saquear o dinheiro público e, portanto, a sociedade.
Para bolsos particulares, de
ONGs ou caixa dos Partidos: o mecanismo é feudal, pois é o uso do poder para
meter a mão. Por isso tá caindo o quinto Ministro, graças às denúncias da
Imprensa, que parece mais competente que os órgãos de informação do Estado. Por
essa e por outras, reinstalou-se o poder feudal no Brasil ou, como já se diz, o
sistema das capitanias hereditárias, onde o Capitão a tudo pode, menos ser pego
com a mão na cumbuca, é claro. Aí dança. Por isso querem tanto criar o tal
“controle social da Imprensa”. Já imaginaram?
Título e Texto: Walfrido M.
Chaves, Psicanalista, Pós Graduado em Política e Estratégia Adesg-UCDB
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