Capital do estado de Rhode
Island avançou com uma ação coletiva contra a petrolífera para reclamar uma
indemnização para os seus investidores que investiram na Petrobras com base me
informações falsas
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Foto: Antonio Lacerda/EPA |
Rita Dinis
A cidade norte-americana de
Providence, Rhode Island, entrou com uma ação judicial contra a companhia
brasileira Petrobras, reclamando uma indemnização devido às perdas a que vários
investidores daquela cidade ficaram sujeitos depois de rebentar o escândalo de
corrupção.
O município de Providence, que
é capital do estado norte-americano de Rhode Island, alega que a Petrobras
deixou passar informações falsas e enganosas sobre a companhia que terão
inflacionado o valor da empresa. Quando o escândalo de corrupção rebentou, os
investimentos da cidade caíram a pique, e é precisamente nessa base que a
defesa sustenta a sua argumentação.
Segundo a Folha de São Paulo,
as aplicações dos investidores de Providence incluiram obrigações e recibos de
ações negociados nos EUA, que terão sido adquiridos entre janeiro de 2010 e
final de novembro deste ano. A Petrobras é agora acusada de violar as leis
norte-americanas ao vender papéis com preços inflacionados devido a contratos
com empreiteiros que foram super-faturados em troca de propinas. Essas propinas
terão depois financiado campanhas eleitorais de vários partidos, nomeadamente
do Partido dos Trabalhadores, atualmente no Governo.
A ação a favor dos
investidores norte-americanos foi interposta no dia 24 deste mês e, ao
contrário de outras ações contra empresas, desta vez alguns dos membros
executivos da Petrobras foram mesmo constituídos arguidos. Segundo a queixa, a
Petrobras negociou mais de 90 mil milhões de dólares em títulos na Bolsa de
Nova Iorque.
É a primeira vez que uma
cidade move um processo judicial contra a Petrobras. Mas antes de Providence,
já houve 11 processos semelhantes movidos por escritórios de advogados
norte-americanos contra a petrolífera brasileira.
Até hoje, pelo menos 39
pessoas no Brasil foram indiciadas ou acusadas de crimes de corrupção ou
lavagem de dinheiro. Em causa está a alegada formação de uma quadrilha para
inflacionar os preços dos grandes projetos da Petrobras ou para financiar
políticos. O caso abalou o Governo da recentemente reeleita presidente Dilma
Rousseff, que foi presidente do conselho da Petrobras durante sete anos, até
2010, e que por isso estava no olho do furacão.
De acordo com a polícia
brasileira, o esquema da Petrobras moveu mais de 3.9 mil milhões de dólares
naquilo que as autoridades descreveram como “transações financeiras atípicas”.
Os administradores da petrolífera podem agora enfrentar penas de prisão
superiores a 20 anos.
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