Emilio Palacio completou um
ano em Miami, obrigado a ficar longe do Equador por escrever artigo criticando
o governo
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No Equador, os cartazes lado a
lado de Assange e Palacio representam casos com tratamentos diferentes Foto:
Dolores Ochoa/
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Para muitos, é uma
contradição. Para outros, hipocrisia. Enquanto o governo do Equador mantém a
concessão de exílio a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, o jornalista
equatoriano Emilio Palacio completou na sexta-feira um ano em Miami, forçado a
ficar longe do seu país. Motivo: Palacio escreveu, em fevereiro do ano passado,
um artigo crítico que desagradou ao presidente do Equador, Rafael Correa, o
mesmo governante que agora concede exílio a Assange. E o que, um ano atrás,
Correa fez em relação a Palacio? Processou-o.
Na ocasião, Palacio era editor
de opinião do principal jornal equatoriano, o El Universo, de Guayaquil. Com
ele, foram condenados, por um Judiciário apinhado de juízes indicados pelo
presidente, os três proprietários do diário, seus patrões à época. Além da pena
de prisão, a multa chegava a US$ 40 milhões. Entidades jornalísticas, mundo
afora, protestaram contra o que definiam como arbítrio.
Correa, nos últimos dias,
comprou uma disputa diplomática com a Grã-Bretanha pelo direito de dar o exílio
a Assange – responsável pelo vazamento de informações diplomáticas sigilosas
via WikiLeaks. Em entrevista à BBC, disse que o governo britânico usa “dois
pesos, duas medidas” ao ameaçar invadir a embaixada do seu país em Londres para
extraditar o fundador do WikiLeaks à Suécia (onde ele é processado por crime
sexual). Tudo porque, em novembro do ano passado, manifestantes iranianos que
protestavam contra sanções da Grã-Bretanha ao Irã invadiram a embaixada
britânica. E houve condenações internacionais, até das Nações Unidas.
Na sexta-feira, o governo
britânico manifestou desejo de negociar com o Equador, enquanto a Organização
dos Estados Americanos (OEA) apoiava o país sul-americano, com uma resolução.
Em entrevista
para Zero Hora, Palacio conta que obteve visto de trabalho e está com a mulher
e seus dois filhos em Miami – mas não conseguiu emprego. Vive das economias
familiares e conta com os serviços públicos para a educação e a saúde da
família. Diz que não pode nem pensar em voltar para o Equador, porque, mesmo
tendo sido perdoado pelo governo (com os ex-patrões), deixou de ser primário.
Claro, explica, não houve a
anulação do processo. Palacio teme ser preso no seu país.
Título e Texto: Léo Gerchmann,
Zero Hora, 25-8-2012
Repare na foto, amável leitor:
a bandeira norte-americana desenhada na boca do coitadinho. Por que não a
bandeira da Suécia que acusa este coitado de crime sexual? Porque a bandeira
sueca não causaria nenhuma emoção, já que a Suécia (ainda) não é alvo de rancores
esquerdistas, ainda não.
Sabe o que seria o ideal, caro
leitor? Eu sei que é muito difícil abrir exceções à lei, sob pena de virar “direito”,
mas, neste caso, seria a liberdade e a democracia, as verdadeiras, contra a
falta delas e contra a hipocrisia. Então, já imaginou a Suécia “perdoar” e
retirar as acusações ao coitado; os EUA também retirarem as acusações; e o
coitado sair da Embaixada do Equador, solto e livre? Livre para ir para onde
quisesse? Nossa! Seria ótimo ver a cara de bunda dos dois, do coitado e do “Libertador”.
Este, seria obrigado a escolher outra ladainha para aparecer. Aquele, que
prefere viver em países democráticos, ver-se-ia obrigado a ir para o Equador,
mesmo contra a vontade. Lá ficaria até a poeira assentar e, tão logo que
possível, reapareceria num país europeu pavoneando-se.
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