No meu artigo de ontem "O coronel Paúl e os ex-trabalhadores da Varig" mencionei este artigo "Um grito de 15 mil vozes", escrito pelo deputado federal, Rodrigo Maia, presidente do DEM. Esta matéria foi originalmente publicada no jornal Diário de Petrópolis, no dia 13 de julho de 2009. Agradeço a Antonio Melo o reenvio.
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Um grito de 15 mil vozes |
Quando ouvi – examinando
documentos que a comprovavam – a história dos 15 mil antigos funcionários da
Varig que passam dificuldades e humilhações; ou por não terem recebido seus
direitos trabalhistas ou por não receberem a correta aposentadoria para a qual
contribuíram durante toda a vida – a primeira ideia que me ocorreu foi trocar
de posição: em vez de ouvinte, prometi me envolver, tanto pessoalmente, como na
condição de deputado e dirigente partidário, nos protestos e ações para
denunciar essa gritante situação de injustiça.
Finalmente, essas pessoas não
pedem favores, esmolas ou vantagens, mas apenas receber o que é delas, um
dinheiro que existe, mas que chicanas judiciais impedem que lhes seja pago.
Os fatos estão nos jornais -
finalmente a quebra da velha e gloriosa Varig esteve muito tempo nas primeiras
páginas e manchetes da TV – mas vale a pena recordar os dois tipos de desgraça
que enfrentam seus trabalhadores:
Primeiro, os que estavam na
ativa quando foi oficializada a compra pela Gol, em 2007, e que, até hoje, não
receberam suas rescisões trabalhistas, nem o que contribuíram para o fundo de
pensão. Ou seja, perderam tudo: além de não receberem seus direitos, também não
receberam o dinheiro das contribuições para a sua aposentadoria.
Segundo, os aposentados,
muitos já em idade avançada. A partir da intervenção no Aerus, em abril 2006,
tiveram seus proventos gradativamente reduzidos a ínfimas quantias. Ora, essa
gente – desde veteranos comandantes e tripulações de grande competência aos
funcionários mais humildes, durante toda a vida descontaram quantias bastante
significativas dos seus salários, contando estar construindo uma velhice mais
tranquila.
O golpe nos aposentados, na
verdade, não foi uma tacada única, mas progrediu, ao longo da crise da
companhia, através de 21 renegociações ilegais de dívidas da Varig com o
Instituto Aerus e que jamais foram pagas. Sendo um fundo de complementação de
aposentadoria, qualquer desvio ou desequilíbrio (como ensina a ciência
atuarial) gera rombos financeiros que sacrificam seus participantes e foram
sofridos imediatamente pelos aposentados. O pior é que tais operações eram
aprovadas temerariamente pela SPC (Secretaria da Previdência Complementar),
órgão federal responsável pela fiscalização dos fundos de pensão.
A sorte desses 15 mil
trabalhadores passou a depender de uma ação
– hoje em fase final de julgamento pelo Supremo - movida pela Varig
contra a União devido ao congelamento imposto às passagens no Governo Sarney. A
chamada "Ação de defasagem tarifária", que se arrasta há mais de 15
anos e envolve um ressarcimento que varia de R$ 6 bi a R$15 bi, segundo
diferentes cálculos; dinheiro mais do que suficiente para cobrir sua dívida com
o Aerus (os seja, a aposentadoria dos funcionários), avaliada em R$ 3,5 bilhões,
bem como os direitos trabalhistas dos demitidos. A Varig ofereceu tal
expectativa de recebimento como garantia ao Aerus e a proposta foi aceita
judicialmente. Ação semelhante foi ganha e recebida pela Transbrasil através de
um acordo feito com a União em 1997.De repente, porém, um dia antes do
julgamento da ação, representantes da Varig, com o apoio da Advocacia Geral da União e do próprio Aerus,
pediram o adiamento da sentença por 60 dias para a montagem de um acordo. Mas,
passados 60 dias, pediram mais 60 e os 15 mil antigos funcionários da Varig,
que já contabilizam três anos de dívidas e angústias, pedem socorro. A que
atendo, indignado, empenhando minha voz, mandato e ação política em defesa
dessa gente.
Título e Texto: Deputado Rodrigo Maia, Diário de Petrópolis,
13-07-09
Nesta data(13/07)fazia 110 dias desde que o Governo(via AGU) pedira a suspensão do julgamento da "Ação de Defasagem Tarifária da Varig" por 60 dias,em 24 de março, para propor um acordo.
ResponderExcluirFaz hoje quase QUINHENTOS DIAS e...nem julgamento nem acordo.
Quanta frustração! Quantas famílas esfaceladas!
Quantas vidas perdidas!
Quanto descaso!!!