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Foto: Jefferson Ribeiro, Rio de Janeiro, novembro de 2010 http://olhares.aeiou.pt/refletindo_a_vida_foto4191126.html |
Waldo Deveza
Hoje, é dia 09 de fevereiro. Espero que possa voltar a ter novamente a internet funcionando normalmente. Foram 13 dias “fora do ar”, sem-o-querer-querendo. Hoje, verifiquei os e-mails recebidos (uma penca!) e, não me causou surpresa, constatar que durante todo este tempo, nada de importante aconteceu, aliás, não é novidade.
Em 2006, conversando com um amigo que já não está entre nós, ele, preocupado com a situação do AERUS, achava que estava tudo perdido. Naquele momento, em virtude da minha participação no movimento, eu disse a ele que se tranqüilizasse pois tudo estava sendo encaminhado pelos nossos negociadores e eu, tinha a plena confiança que tudo iria passar rapidamente, como um vendaval, pois o governo estava mostrando ser sensível à nossa justa causa.
Isso foi até quando comecei a perceber as manobras do governo ainda naquele ano, quando levou ao STF de forma direta o processo do dr. Maia, para que fosse derrubada a determinação da Desembargadora Neusa A. da Silva que, numa atitude lúcida, havia imposto uma multa diária se o governo não assumisse o pagamento da diferença de todos os benefícios e que o mesmo tivesse caráter urgente, pois vidas... muitas vidas estavam em jogo e... isso não aconteceu.
Sinceramente, a partir daquele momento, deixei de confiar nas “intenções humanitárias” e a embromação nas negociações tomou assento privilegiado. O Tofolli que o diga, não é? Ficou tudo dentro daquele dito popular: “beijinho-s-s-s-s, beijinho-s-s-s-s e por trás, pau-pau!!”.
Quantos já morreram? Já chegou aos 500?
Hoje, abro os e-mails depois de 2 semanas, e o que encontro?
Mensagens de paz, piadas, correntes para “ficar” numa boa (risos), informações sobre saúde, propagandas da Casa Bahia, do Walmart, Ponto Frio e outras. Referente ao nosso problema, apenas um novo boletim do SNA, dando contas que as negociações estão prosseguindo “a passos de tartaruga”, ora é a mudança de juiz que deveria julgar a SL-127, ora é uma juíza que está afastada por motivo de gravidez e assim a carruagem segue o seu curso, como se nós os velhinhos, tivéssemos todo o tempo do mundo para esperar. Alguma outra drástica medida cabível foi tomada?
É interessante verificar que no passado, o dr. Maia chegou a considerar, quando perguntado sobre a falência da “velha” Varig, que isso não seria bom para as negociações.
Hoje, tudo bem! Mesmo essa R.E. solicitada ao STF não causa preocupação; é plenamente normal. Está tudo dentro do esperado. Na realidade, até onde eu sei, o governo entende que a Varig é devedora, mesmo se ganhar o processo da Defasagem Tarifária. Essa discussão já tem até barba e até agora nada foi mudado; ½% naquilo que o governo deve à Varig e 1% para aquilo que a pioneira deve ao governo. Não é assim? Ou será que estou errado. É difícil se chegar num acordo quando entram em jogo NÚMEROS.
Verificando o blog do dr. Maia, fiz um retrocesso no tempo, para saber se havia alguma novidade sobre o nosso problema. Não tive paciência de ir muito longe, pois os seus artigos falavam de várias coisas como, por exemplo, o caso Batistti “il grande fratello”; Stedille que poderia servir de exemplo (nem sempre bom, em sua luta junto aos sem-terra); versos de Vinícius; opiniões diversas sobre outros assuntos, demonstrando sua ampla erudição; mas nem mesmo vi um comentário, pelo menos, sobre a questão da CEF - uma opinião técnica, uma orientação pelo menos, poderia teria sido útil, no sentido de abrandar as nossas preocupações a respeito.
Como esse blog é aberto à vários assuntos, eu sugiro que os amigos, enviem ao dr. Maia, matérias das mais diversas, como por exemplo retratar um cruzeiro marítimo; uma viagem internacional de recreio, a concretização de um sonho, versos de poetas renomados brasileiros ou não, receitas de bolos e etc…
Sempre tive um apego pessoal ao poeta abolicionista Castro Alves e como tal, gostaria de contribuir com uma pérola desse poeta. Mas, gostaria que o mesmo também servisse como uma boa reflexão do dr. Maia e demais negociadores.
Basta de covardia! A hora soa...
Voz ignota ressoa.
Que vem... Donde? De Deus.
A nova geração rompe a terra,
e qual Minerva armada para a guerra,
pega a espada... Olha os céus...
E o povo é como a barca em plenas vagas,
a tirania é o tremendal das plagas,
O porvir – a amplidão.
Homens! Esta lufada que rebenta.
É o furor da mais lôbrega tormenta...
- ruge a revolução.
(estrofes do Solitário)
Na minha modesta opinião, até agora tudo corre devidamente dentro das previsões do governo. Alguns morreriam (peninha né!... Mas faz parte do ‘jogo’ da vida, onde nem sempre se ganha), outros se adaptariam à nova ordem, outros seriam “absorvidos” pelas famílias, alguns poucos retornariam ao mercado de trabalho e por ai vai. Quantos, acredito que ninguém sabe responder, por não poderem manter suas vidas de forma decente, vivem da caridade de amigos (e) ou vizinhos, ou então, já estão em asilos públicos?
Concluo dizendo que nunca foi tão fácil para o governo sair dessa, com um sorriso de orelha a orelha, confirmando os seus prognósticos, pois era do conhecimento dele que não tínhamos força e nem representação sindical e (ou) política para nos defender.
Sem mais,
Waldo Deveza
(o Solitário)
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