Carência de líderes entre os
palestinos
Abbas não possui a liderança
de seu antecessor, nem tampouco é um guia diligente e confiável para os
palestinos.
Beatriz W. De Rittigstein
Há semanas que Mahmud Abbas, o
presidente da AP (Autoridade Palestina) vem anunciando que, no fim do mês em
curso, solicitará uma Assembleia Geral da ONU especialmente convocada para a
admissão da Autoridade Palestina como um "Estado Membro". Assim,
Abbas, como outros dirigentes palestinos anteriores a ele, tenta contornar a
única via legítima de se criar um estado palestino de direito.
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Mahmud Abbas com membros do Partido Fatah, mal controla a Cisjordânia e não fala mais em nome do povo palestino desde que o Hamas assumiu o controle político e físico da Faixa de Gaza. |
Lamentavelmente, o processo de
paz palestino-israelense, concebido e gestado em Oslo na década de 1990, em que
pese seus resultados concretos e perspectivas esperançosas, tem sido desmontado
sem que se tenha vontade de resgatá-lo. Uma
das causas deste fracasso foi o fato de Yasser Arafat, o líder da antiga OLP
acabou não sendo o estadista que seu povo necessitava. Suas posturas eram sempre
ambíguas, enquanto chegava a certos acordos, financiava grupos radicais e
apoiava ataques terroristas sanguinários à cidadania israelense. Teve um duplo
discurso, um em inglês para enfrentar o mundo e outro em árabe com o qual
promovia a "jihad” (‘guerra santa’) contra Israel. Permitiu o uso dos
meios de comunicação estatais e o sistema educacional para impregnar o ódio e o
preconceito antijudeus à sua juventude, pondo uma pá de cal numa possível
convivência pacífica com Israel.
Arafat não foi transparente
nem com seu próprio povo. Em sua administração da OLP exercitou uma enorme
corrupção com os recursos financeiros que o mundo lhe enviava, inclusive os EUA
e Israel, para que pudesse construir as bases de um estado palestino; nunca
empregou as grandes somas de dinheiro que eram mensalmente doadas pela União
Europeia e EUA para construir a infraestruturas que proporcionasse serviços
públicos capazes de melhorar a qualidade miserável de vida dos palestinos.
Precisamente, foi devido à corrupção e a incompetência gerencial da parca
economia palestina que os setores islâmicos se fortaleceram, e que por via de
consequência trouxe a divisão entre Cisjordânia – onde atua o Fatah – e Gaza –
controlada pelo Hamas – o que na atualidade reduz em muito a possibilidade de
retomada do diálogo de paz.
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Fatah versus Hamas, a divisão
que torna a criação da Palestina como estado extremamente difícil.
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Abbas não possui a liderança
de seu antecessor, e tampouco é um guia diligente e confiável para o próprio
povo. O povo palestino requer um líder democrático, valente, que ponha nos
trilhos as negociações que possam promover o nascimento de um estado palestino
capaz de viver em harmonia com a democracia judia.
Texto: Beatriz W. De
Rittigstein, El Universal, Venezuela
Título e Tradução: Francisco
Vianna
Esta disputa sempre terá um bom motivo pra nunca terminar. Ora pelo lado judeu, ora pelo lado palestino. Me parece que ambos os lados (uma meia duzia de cada lado) sempre prosperaram colocando seu próprio povo para viver um inferno.
ResponderExcluirEstou canada de noticias viesadas. Ora, todo mundo sabe que, quando um não quer, dois não brigam.
Circe Aguiat