Alfredo Gómez, natural de Cuba
e professor de uma escola secundária no Estado de Nova Iorque, disse que, para
seu azar, bastou ir visitar a sua terra natal para contrair cólera durante a
sua estada para ver familiares em Havana, neste verão. Depois recebeu a conta
de um hospital do governo: US$ 4,700.00.
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Alfredo Gómez, professor
secundário de uma escola em Syracuse, Estado de Nova Iorque, adquiriu cólera
durante sua recente visita a Havana.
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O último informe de Havana
sobre cólera, o segundo do mês de agosto, parece exibir uma maior transparência
por parte de funcionários cubanos, que previamente mantinham o silêncio sobre
os surtos da doença, num esforço para evitar prejudicar a indústria turística
da ilha, que gera uma receita de 2,5 bilhões de dólares ao ano, segundo alguns
especialistas.
Um boletim dado a conhecer na
sexta-feira pela Organização Panamericana de Saúde (OPS) disse que Cuba tinha
relatado nesse mesmo dia a ocorrência de 163 casos nas províncias de Havana,
Santiago de Cuba, e Camaguey. A OPS, ramo hemisférico da OMS (Organização
Mundial de Saúde), indicou que os casos se manifestaram este ano, mas não
mencionou um período de tempo determinado.
Entre esses casos estiveram 12
pessoas que tinham viajado para Cuba de outros países – três da Itália, dois da
Alemanha, Espanha, Chile e Venezuela, e uma da Holanda, informou a OPS. Cuba
tinha comunicado apenas seis desses casos num informe anterior ao da OPS, no
início deste mês.
Jornalistas independentes e
visitantes como Gómez têm relatado centenas de casos que, todavia, não são
confirmados por Cuba, onde a mídia é apenas estatal e quase nunca usa a palavra
“cólera”, e em seu lugar se referem a “enfermidades diarreicas agudas”.
Gómez, de 49 anos, que saiu de
Cuba em 1997 e agora ensina matemática na Escola Secundária William Nottingham,
da cidade de Syracuse, N.Y., disse que ele e dois de seus familiares forma
infectados pelo vibrião colérico e tiveram diarreias severas dois dias depois
de comer juntos num restaurante estatal em Havana, no fim de julho.
Médicos do hospital Manuel
Fajardo disseram a ele que tinha cólera, disse Gómez, e o transladaram para o
Instituto Pedro Kouri de Medicina Tropical, onde o quarto andar do hospital é
reservado para estrangeiros que contraem essa e outras doenças em Cuba.
Gómez disse que pelo menos um
mínimo de seis, e um máximo de quinze estrangeiros estiveram no andar em cada
um dos seis dias que ficou ali internado, de 4 a 10 de agosto, recebendo
antibióticos e líquidos intravenosos para debelar a doença, que é facilmente
transmitida através da água e por baixas condições de higiene habitacional e de
cozinha, podendo levar à morte por desidratação.
Nessa mesma semana, mais de 60
cubanos estavam sendo tratados de cólera nas dependências do Hospital Kouri
reservadas para residentes da ilha, acrescentou o professor, e um sobrinho lhe
disse que um grande número de pessoas havia sido infectado pela doença no
subúrbio de Mantilla, em Havana.
O tratamento para os
estrangeiros no hospital era muito bom e muito melhor do que o dispensado aos
residentes da ilha, acrescentou, mas os problemas começavam quando os pacientes
estrangeiros recebiam contas enormes quando estavam a ponto de receber alta
hospitalar.
O professor de Nova Iorque
ouviu dois espanhóis falando pelo telefone com suas empresas de seguro-saúde de
Madri, tentando averiguar como e quanto pagar, disse Gómez. Ele mesmo foi
fortemente instado a pagar sua conta com seu cartão de crédito ou através de
sua apólice de seguro-saúde dos Estados Unidos.
“Queriam por que queriam me
cobrar e tentaram por todos os meios fazer com que eu pagasse a conta”, disse
numa entrevista telefônica de Syracuse. “Foi uma atitude abusiva, grosseira.
Não queriam deixar-me ir sem pagar a conta apresentada de 4 mil e 700 dólares”.
Mas ele disse que foi embora sem pagar argumentando que o embargo americano o
proibia pagar qualquer conta ao estado cubano e que a conta deveria ser paga
pelo restaurante onde contraiu cólera.
“As últimas informações de
Cuba indicam que o regime da ilha continua tentando por em prática ações de
prevenção e controle de cólera, fortalecendo a consciência sobre as medidas
preventivas por parte do público, controlando os locais de preparação de
alimentos e levar a cabo uma vigilância epidemiológica das ‘doenças diarreicas
agudas’”, disse a OPS.
Todavia a população, que vive
em extremo grau de pobreza e miséria, além de baixa escolaridade, não consegue
ao menos compreender a necessidade dessas medidas preventivas, pois a maioria
não dispõe sequer de água tratada e encanada para sua higiene básica.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia
internacional), 28-8-2013
Relacionado:
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