1. Durante os mandatos em que conviveu com Lula Presidente, de 2007
a 2010, Cabral cometeu um erro primário: acreditar que seu novo amigo, desde o
segundo turno de 2002, era amigo de infância, correligionário de sempre e,
assim, inteiramente confiável. Transformou uma parceria político-administrativa
em entrega total.
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Foto: Dida Sampaio/AE |
3. Cabral foi usado para Lula nomear Temporão ministro da Saúde,
assinando ficha no PMDB já “na prorrogação, nos descontos”. Cabral se encantou,
aliás, um processo conhecido em política em torno dos líderes populares e
carismáticos. Quando veio a discussão dos Royalties do Petróleo, Cabral esnobou
o PMDB e até o Congresso e disse na TV, na saída do Planalto: Conversei com
Lula e está tudo resolvido. Cabral sonhou ser vice de Dilma e, quem sabe, disse
a amigos, depois, Presidente.
4. O PMDB, com larga experiência política e com os interesses de
seus parlamentares e governadores desprezados por Cabral, eliminou-o do
“Consistório”. E esperou com paciência getuliana.
5. Cabral desintegrou e deixa de ser um “eleitor” forte no Rio. Sua
impopularidade atingiu níveis nunca antes vistos neste país. Lula,
pragmaticamente, busca alternativa e a encontra dentro de seu próprio PT:
Lindbergh, eleito com grande maioria para o Senado em 2010.
6. Cabral, iludido, bate o pé, faz beicinho, disse que assim não
apoia Dilma. Lula – mascando cana-de-açúcar, mascando, mascando... –, cospe o
bagaço e deixa seu amigo “íntimo” sem entender nada. Lula é um profissional do
pragmatismo: amigo do peito de Fidel, Chávez, Empreiteiras e Bancos. Cabral era
um instrumento de Lula e não um parceiro.
Título e Texto: Cesar Maia, 26-02-2014
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