João Lemos Esteves
![]() |
João Lemos Esteves |
1. Mais um episódio da (triste e lamentável) telenovela “a esquerda
sai do armário e revela a sua verdadeira natureza”, protagonizada cimeiramente
por Catarina Martins e os seus “esquerdanetes” e contando hoje com o alto
patrocínio do PS geringonçado de António Costa.
Qual é a verdadeira natureza
da esquerda? Já a conhecemos: autoritária e totalitária, explorando as modernas
formas de comunicação e os novos movimentos sociais para instituir uma teia de
controlos inorgânicos que visam cercear a liberdade e impor a sua visão do
mundo. Quem não é pelos “esquerdanetes”, é contra os “esquerdanetes”.
Os esquerdanetes – convém
recordar – são os que ainda se iludem com o BE (Banhada e Balelas de Esquerda;
em rigor, dever-se-ia chamar “BBE”) e todos aqueles que trabalham para esse
monumento da informação nacional que é o inenarrável site “Esquerda.net”.
Atenção, caríssimas leitoras e caríssimos leitores, o “Esquerda.net” virou
revista vendida em banca, com uma qualidade gráfica que não está ao alcance da
maioria dos médias (verdadeiramente) independentes portugueses (atendendo aos
custos financeiros que comportaria) – custando a módica quantia de… 4 euros!
Podemos, pois, com
propriedade, afirmar que o BE tem lucrado com a geringonça… Vários movimentos
sociais e com vontade de intervir cívica e politicamente já estudaram a
possibilidade de lançar uma nova publicação moderada, fiel aos valores da
democracia e da liberdade – tendo concluído, porém, pela inviabilidade do projeto
(por ora) face à recusa dos empresários portugueses em apoiar projetos que não
sejam amigos da maioria política de esquerda.
O que é certo é que o dinheiro
parece brotar na sede do Bloco: o partido trotskista (ou melhor: trotskostista)
é exemplar na atração de capitalistas.
2. Pois bem, dinheiro também não foi um obstáculo para os
“esquerdanetes” organizarem, na semana que hoje termina, a edição de 2019 da
“Semana do Apartheid Israelita”. O que é esta brincadeira de mau gosto – como
vem sendo hábito – da nossa esquerdinha radical, com o beneplácito do PS
(traidor dos seus valores históricos) de Costa?
Trata-se da realização de um
conjunto de conferências (uma por dia) em que se acusa Israel de instituir um
sistema de “limpeza étnica” e de “violação reiterada” dos direitos dos
palestinianos. Na verdade, as conferências servem apenas para “botar falação”:
são apenas um pretexto para se chegar à conclusão, ano após ano, que é um
imperativo de justiça universal liquidar o Estado de Israel e, portanto, o seu
povo.
Os nossos “esquerdanetes”,
imbuídos do seu espírito de justiceiros sociais universais em prol de tudo o
que é ideologia radical e autoritária, montam, desta forma, um palco
institucional para expressarem o seu discurso de ódio e anti-semita contra
Israel e o povo judeu.
Eis, enfim, mais uma prova
irrefutável que, em Portugal, há racismo, há ódio e há anti-semitismo –
realidades odiosas alimentadas, com mestria maquiavélica, pela esquerda
portuguesa que está refém do BE e do seu “esquerdanetismo”.
3. Quem foram, então, os convidados desta “hate party” do “party of
hate” que é o BE?
Primeiro, o jornalista Ben
White, um jornalista britânico a soldo do BDS (já todos conhecemos este
movimento racista e terrorista: é o movimento Boicote, Desinvestimento e
Sanções contra Israel, que visa aniquilar a única democracia do Médio Oriente),
que é acarinhado pelo líder do grupo terrorista, Omar Barghouti.
Segundo: Miguel Vale de
Almeida. Esse mesmo: o ex-líder da ILGA, ativista dos direitos dos homossexuais
e ex-deputado do PS, que foi intervir – imagine-se! – sobre “questões atuais e
desafios futuros da Palestina”.
Ora, gostaríamos muito de
perguntar a Miguel Vale de Almeida se era capaz de se dedicar à causa gay,
lutando pelos direitos (legítimos) das pessoas homossexuais na Palestina. É que
se Miguel Vale de Almeida fosse para a Palestina ou para os países totalitários
islâmicos que tanto enaltece, o ex-deputado do PS seria executado sumariamente.
Não obstante, Miguel Vale de
Almeida não se coíbe de cantar hosanas à Palestina, ao Irão e a essas
“democracias à la BE”, projetando o seu futuro – traindo, desta forma, a causa
por que tanto lutou.
Então, os homossexuais da
Palestina ou do Irão não merecem a solidariedade de Vale de Almeida? Ou na
causa gay, também há homossexuais de primeira (os que estão na Europa e nos
EUA) que merecem a dedicação empenhada, resiliente e intransigente destes ativistas
sociais – e homossexuais de segunda (os que têm a infelicidade em regimes
totalitários islâmicos), que merecem a indiferença e o desprezo destes ativistas?
Afinal, para a esquerda, todos
os homossexuais também são iguais, mas uns são mais iguais do que outros em
dignidade e direitos…
4. Mais: Miguel Vale de Almeida revela cobardia.
Porque defender os direitos
dos homossexuais em Portugal, na Europa ou nos EUA é muito mais fácil e menos
importante do que lutar pelos direitos das pessoas que amam pessoas do mesmo
sexo no Irão, na Palestina e na generalidade dos Estados islâmicos.
Porque aí, não se trata da
questão do casamento; trata-se de uma questão de vida ou de morte. Aí é que se
impunha a luta sem tréguas dos ativistas dos direitos das pessoas homossexuais,
como, de resto, de todos os que se preocupam com os direitos humanos.
Uma firme e resoluta
condenação dos totalitarismos islâmicos – como o Irão dos Ayatollahs ou a
Palestina do Hamas – era o mínimo que se exigia a Miguel Vale de Almeida.
Entre a causa que tanto diz defender por uma questão de igualdade e de direitos
humanos e a ideologia que acha que tem que defender à força toda, Miguel Vale
Almeida optou por sacrificar a igualdade e a dignidade em prol dos fretes às
agendas político-ideológicas da extrema-esquerda do BE e do seu PS
geringonçado.
Registamos: afinal, a defesa
dos direitos das pessoas homossexuais – para o líder histórico da causa gay em
Portugal, Miguel Vale de Almeida – é contingente no tempo, no espaço e na
ideologia dominante.
Em Portugal, Vale de Almeida
lutou pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo como uma questão
civilizacional e de direitos humanos; no Irão e na Palestina do Hamas, o mesmo
Miguel Vale de Almeida apoia os respectivos regimes totalitários, aplaudindo,
portanto, a execução de pessoas homossexuais, que tanto diz defender.
Então, a vida destas pessoas
já não é uma questão civilizacional e de direitos humanos? Estas contradições à
la “esquerdanete” são incogitáveis…
5. A outra participante desta semana, em que a esquerda portuguesa
revela que está refém do movimento terrorista BDS, foi Shahd Wadi – uma
discípula do sempre presente professor Boaventura Sousa Santos, que nasceu na
Palestina e que veio para o nosso país, ainda criança, com a família.
Segundo Shahd, a Palestina é
fantástica, um exemplo de tolerância – só que Israel estraga a paz e lança o
terror na região. O Médio Oriente só com lideranças muçulmanas seria o paraíso
na terra, segundo esta dedicada discípula de Boaventura.
O que é curioso é o percurso
de vida de Shahd Wadi: como e por que razão veio para o nosso país, ainda
petiz, com a família?
Ora, Shahd veio para Portugal
com o estatuto de refugiada... da Jordânia!
Sim, meus caros, leram bem: a
dedicada ativista, investigadora do centro de Boaventura, pró-Palestina e
fanática anti-israelense veio para o nosso país… fugindo da Jordânia! Não fugiu
de Israel – aliás, tanto quanto sabemos, não há nenhum palestiniano que esteja
como refugiado em Portugal vindo de Israel, fugindo desse “Estado apartheid”!
No entanto, Shahd Wadi, em vez
de denunciar o que a sua família sofreu na Jordânia, o que sofreu com os
radicalismos terrorista islâmicos – resolveu juntar-se ao coro dos que inventam
esta fantasia ridícula e triste do “apartheid israelita. Pior: juntou-se a uma
organização – BDS – que apoia os regimes totalitários que fizeram a sua família
vir para Portugal como refugiada!
Mistérios e ironias da vida
que só os hipócritas dos “esquerdanetes” compreendem…
6. Por último, convém, ainda, mencionar as instituições que
receberam esta iniciativa de ódio contra Israel e contra o povo judeu, que
visa, no fundo, apelar a um “apartheid” (real) contra Israel para resolver um
“apartheid” (fantasioso e mentiroso) que os esquerdanetes julgam existir no
mesmo país.
Ora, a primeira sessão – com o
jornalista fetiche do BDS, White – decorreu na… Fundação José Saramago.
Pobre José Saramago! Um autor
de excelência, que deveria ser um símbolo nacional, concitar uma admiração coletiva
e estar para além das querelas políticas, está a ter o seu nome prostituído em
função das conveniências e agenda da esquerda radical e fanática.
É que na sua Fundação – parece
– só entram iniciativas ora do BE, ora do PS geringonçado… Reduzir José
Saramago a esta esquerda fanática, utilizá-lo em iniciativas de propagação do
ódio contra o povo judeu – é um insulto à sua memória e dividir a sociedade
portuguesa quanto a uma figura que (pelo seu talento literário, devidamente
reconhecido na atribuição do Prémio Nobel) deveria unir.
7. E a segunda sessão?
A segunda sessão realizou-se –
para nossa perplexidade – no… ISCTE! (Instituto
Universitário de Lisboa) Numa instituição universitária pública!
Ora, deve uma instituição
pública de ensino albergar uma iniciativa de uma organização internacional
terrorista, que, ainda para mais, tem como missão difundir e espalhar o
discurso de ódio contra Israel e o antissemitismo? Os portugueses pagam a uma
instituição de ensino para espalhar o ódio e o fanatismo?
Dir-se-á que é uma iniciativa
do Comité de Solidariedade com a Palestina, entidade diversa do BDS. Nada
disso!
No cartaz publicitário da
iniciativa, surge claramente a autoria da iniciativa: o BDS Portugal. Aliás, a
página de Facebook deste alegado Comité de Solidariedade é… a página do BDS!
Portanto, a iniciativa do “Apartheid
a Israel” é uma iniciativa do movimento que espalha o ódio internacionalmente,
já considerada por muitos (e bem) como uma organização terrorista e que apoia o
terrorismo… e está a ser apoiada por instituições universitárias públicas
portuguesas!
Ainda para mais, o ISCTE
pertence à grandiosa Universidade de Lisboa – a nossa Universidade – que é
incompatível com qualquer conivência com iniciativas de organizações
terroristas como o BDS.
Conhecendo o humanismo e a
militância ativa do nosso estimadíssimo Magnífico Reitor, Professor Doutor
António Cruz Serra, em prol da tolerância e do respeito pela dignidade da
pessoa humana, sabemos que será sempre contra qualquer instrumentalização de
unidades orgânicas da nossa Universidade em prol do incitamento ao ódio e ao
terror.
Muito menos poderá o ISCTE –
ou qualquer outra instituição universitária – ser um veículo da difusão do
“diabo” político e social que é o antissemitismo.
8. Mais uma vez se prova a verdadeira natureza dos “esquerdanetes”
– fanática, mentirosa e hipócrita.
Dizem querer resolver um
(alegado) “apartheid em Israel”. Como? Criando um “apartheid” contra Israel e o
povo judeu…
O ódio voltou ao discurso
político português e europeu – através desta esquerda que se diz progressista,
mas que apenas quer regredir aos seus heróis do século passado, que foram,
afinal, os vilões da humanidade.
Nós – os moderados, amantes e
praticantes da liberdade, da decência, da tolerância e da razão crítica – não
nos podemos calar. Não podemos ter medo – o medo (nunca nos esqueçamos!) é a
arma dos radicais à la esquerdanete.
Título e Texto: João Lemos Esteves, SOL,
25-3-2019
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-