Cristina Miranda
Mas como é que eu não me
lembrei disto? Andei este tempo todo sempre a fazer contas e planificações do
meu orçamento doméstico para poder fazer face às despesas, sempre com muito
controlo para não falhar com nada em casa; a trabalhar que nem uma “moura” para
governar minha vida e eis que Centeno [foto] revela a sua fantástica estratégia que
fez gerar “excedentes” milionários: cativar toda a despesa e pagamentos
enquanto carrega forte nos impostos dos contribuintes que trabalham arduamente
para sustentar a máquina do Estado. Não é genial?
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Foto: José Sena Goulão/Lusa |
Eu sempre desconfiei das
capacidades de gestão do nosso “Ronaldo das Finanças” e denunciei-o no meu
artigo de Março de 2017, “O défice de 2016 é um embuste” onde afirmei: “O
défice que nos apresentaram é uma perigosa bomba relógio. Não há mérito nenhum nos 2,1%. Muito
menos prova que usando outras políticas se consegue os mesmos objetivos
como disse Marcelo. O que há são malabarismos grotescos, diria quase
criminosos, de “chico-espertice tuga” que escondem o maior embuste,
depois de Sócrates, fundamentado em mentiras, patranhas e ilusões para o
iletrado cidadão. Uma falta de respeito por toda uma Nação a quem se pede
constantemente sacrifícios fingindo ser pelo bem de todos. Uma mentira
abençoada pelo PR que nos deveria fazer corar de vergonha. Infelizmente.”
Repeti-o no meu artigo de 16
Outubro 2017, “O monstro da dívida” quando escrevi:” O OE 2018 volta
ao ASSALTO habitual ao contribuinte. Faz falta dinheirinho para alimentar
os esquemas habituais da governança e suas respectivas clientelas FAMINTAS a
quem se promete mundos e fundos sem um chavo no bolso! O monstro da dívida,
esse, cada vez mais gigantesco não se mata. Não se diminui. Controla-se, isso
sim, o défice, como se o défice não tivesse nenhuma ligação à dívida
pública e chama-se a isso “controlo” (sim, é o controlo contabilístico
do empurra para debaixo do tapete). É para rir? Isto claro, até ao próximo
colapso. Mas alguém acredita que com o tetra em bancarrotas os credores não nos
tentem pôr os patins rapidamente? Não brinquem com coisas sérias. Porque só temos
tido dinheiro para pagar as despesas do Estado graças à UE. Esqueceram-se?”
Voltei a lembrá-lo no meu
texto “Não felicito Centeno“, em Dezembro de 2017,
quando afirmei: “Não, não o felicito porque por causa dele temos 3 Orçamentos
de Estado às costas carregados de aumentos de impostos como
consequência do seu eterno “amem” às clientelas da geringonça; temos
cativações grotescas que colocaram em risco a saúde, a educação, a
segurança e o bem estar dos portugueses, e perspectivas de futuro com
mais agravamentos de impostos para impedir um novo colapso das contas.”
Mas dou agora a mão à
palmatória. O homem é mesmo um “grande génio”. Conseguiu o que ninguém consegue
sem qualquer peso na consciência: défice zero e excedentes orçamentais só com uma brutal
asfixia financeira de todas as instituições do Estado e aumento do roubo fiscal
às famílias trabalhadoras deste país.
Isto não é para qualquer um. É
só para gente muito corajosa ou estúpida. Quem arrisca colocar os serviços
públicos de um país inteiro em falência técnica e empobrecer os portugueses que
vivem dos seus parcos rendimentos só para agradar à Geringonça em quatro anos
de legislatura, com o risco que daí advém para os mais vulneráveis? Só
mesmo um pequeno génio fantoche à espera de uma recompensa como o “Bobby” que
faz tudo o que o dono manda por um croquete ou um osso.
Só tenho pena de nós,
cidadãos, não podermos seguir a mesma dica – sem irmos presos – e suspendermos
todos os nossos pagamentos ao Estado, já! Quem sabe assim, provando do seu
próprio veneno, a “pulhítica” acabasse de uma vez no Parlamento por falta das
verbas que alimentam esta casta nojenta que nos escraviza e ainda se regozija
dos “grandes feitos” contabilísticos como se fôssemos todos parvos.
Com isto podemos então tirar a
conclusão de que o estado lastimável em que deixaram as escolas, os hospitais,
os transportes públicos, as esquadras, a segurança nacional e muito mais, que
matou e ainda mata muita gente, é mesmo de propósito por um
“excedente” fictício. Bravo, Centeno! Ninguém faria pior.
Título e Texto: Cristina
Miranda, Blasfémias,
9-12-2019
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