Carina Bratt

De fato,
como vamos ligar para as nossas dificuldades mais prementes (sejam elas das
menores às mais cabeludas), se elas não se adaptaram aos aprimoramentos do
século em que vivemos? Haja vista, que eles, os problemas, não têm telefone.
Por dilatação, não os atende. Pouco lhes importam as nossas questiúnculas.
Eles
continuarão não dando a menor importância. Só aperrearemos a nossa cabeça,
estragaremos o dia, mancharemos de negro nossos melhores momentos, além de
perturbarmos o nosso sossego. Devemos pensar como o escritor inglês Ashleigh
Brilliant. Em seu livro The Great car craze, ele deixou cristalinalizado que
não possui, nem de longe, a solução plausível seja lá para o que for, “mas certamente
admira o problema como ele se apresenta”.
A magia, ou
a solução, está exatamente aí. Não devemos deixar os obstáculos de lado.
Carecemos encará-los de frente, de peito aberto, e o mais importante: nos
apetecermos deles por existirem. A presença destes incômodos, ainda que
nefastos, em nosso cotidiano, nos faz, de certa forma mais felizes. Seríamos
completamente realizados sem problemas? Talvez sim, talvez não.
Se nosso
hoje fosse maravilhoso, a vida seria banal, sem sentido, oca. Não lutaríamos é
bem verdade. Porém, minhas amigas leitoras, percebam a visão. Se corrermos
atrás, ou melhor, se dispararmos na frente, em busca de soluções, e
contemplá-las com carinho, afinco, persistência, perseverança e força de
vontade, tudo... Restará resolvido.
A trilha a
ser seguida por todas nós é fácil e segura. Os problemas existem. Ponto
pacífico! Jamais deixarão de nos perturbar o dormente da placidez, o sereno da
negligência, ou o omisso delirante da nossa indolência. Se não somos parte da
solução, parodiando o ativista americano Eldridge Cleaver, então “obviamente
seremos parte integrante do problema”.
Que isto
fique bem entendido: só parte. Se
negligenciarmos nunca desfrutaremos dos benfazejos das benignidades da vida
plena. Nossa meta deve ser a seguinte: termos em mente, que os problemas são
sozinhos. Eles não constituem famílias. Não obedecem a horas, tempo ou dia. Não
se escandalizam com as nossas tristezas, menos ainda com as nossas alegrias e
felicidades.
Eles são
vazios, não acatam leis, não seguem padrões comportamentais. Pouco se lixam
para os códigos de honra. São divorciados do bom senso, como desapartados de
tudo o que entendemos como direito, certo e justo. Repetindo para que todas
vocês gravem na mente: os problemas são órfãos, vão embora sem ninguém ao lado,
porém, não se vilipendiem.
Não se
olvidem jamais. Da mesma forma que se afastam de nós, sozinhos, de igual
maneira, os problemas retornam de mãos vazias e claro, sozinhos. Como estamos
vivendo o inusitado de uma pandemia, os arruinamentos, ao darem meia volta e se
fazerem reais e palpáveis, de novo, de certo e de poderem ser vistos a olhos
nus, estas mazelas só acrescentaram máscaras aos rostos.
Esses
invólucros, atrelados aos nossos vacilos, jamais deverão parecer, para nós,
como dificuldades novas ou pedras intransponíveis. Millôr dizia que “não há
problema tão grande que não caiba no dia seguinte”. Neste pé, o vindouro deverá
ser sempre, haja o que houver, o nosso começo, ou recomeço de um novo tempo.
SEMPRE.
Se pararmos
para pensarmos em nossos desequilíbrios diários, se colocarmos nossos medos
(qualquer problema dará medo), se enumerarmos nossos receios, um por um
(qualquer receio igualmente gerará forte indecisão e dura titubeação), na
frente de nossos objetivos primordiais, estaremos abrindo a guarda, mandando
para o ralo, para um buraco sem volta, as nossas energias, ou o positivismo que
Deus reservou em nossas vidas.
A cada nova
hora de um dia que nos galardoa, que nos premia, que nos gratifica, que nos
reverencia, e logicamente, por conta disso tudo, vem nos cumprimentar por
estarmos vivas, respirando, e podendo gozar, em toda a sua plenitude, das
coisas maravilhosas que o Universo nos
oferece gratuitamente, devemos levantar as mãos ao Infinito e nos curvarmos ao
Altíssimo e seguirmos em frente.
Se não
dermos valor ao que temos, ao que recebemos de graça, sem precisarmos pagar
alguma coisa em troca, a frase daquele
industrial fundador da Ford (Henry), foi pensada e repassada à toda humanidade
em vão: “A maioria das pessoas gasta mais tempo e energia ao falar dos
problemas do que enfrentá-los”.
Em outro
modo de vermos as coisas ruins, todos os problemas que nos atormentam, criam,
em contrapartida, uma capacidade diferenciada, disforme, gigantesca, anormal e
irregular. Para que possamos ou
consigamos lidar com esses entraves, temos que nos atirar a esses percalços e
flagelos, sem perdermos a esportiva, a serenidade, e acima de tudo, a FÉ.
Título e
Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo. 28-6-2020
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Excelente texto. Parabéns, está me surpreendendo.
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo.
ResponderExcluirTenho um familiar que, volta e meia, me diz que esta “cheio de problemas”.
Ao que eu respondo; - Impossível.
Sobre problemas, eu tenho uma tese, ninguém tem mais do que um de cada vez!
Só existem três tipos de problemas; Financeiro, afetivo ou de saúde.
E estes, nunca nos afligem, mais do que um de cada vez ,e pela ordem de prioridade, ou seja, saúde, financeiro e afetivo!
Impossivel, estar cheio de problemas, se soubermos ordena-los por importância no dia a dia.
Todo o resto do que nos queixamos são derivações menores, dos mesmos!
O grande problema do momento é saúde. ´pois não sabemos se sobreviveremos ao coronavirus.
Os problemas financeiros é hora de nossos credores começarem a perder o sono!
Os problemas afetivos aprendi a lidar e superar.
PROBLEMS, ONE AT TIME .PLEASE!
Vou ter que concordar.
ExcluirProblemas são:
- Questões de difíceis resoluções
- Distúrbios ou disfunções
- Situações adversas
Problema na filosofia é uma situação de possibilidade alternativa.
Nunca deve ser confundido com a dúvida.
Se vamos ou não pegar o corona vírus não é o problema que nos aflige é a dúvida, por isso nos cuidamos dedicadamente.