Lisboa, foto: Bloomberg
Rui Peres Jorge
Economistas aconselham
cautela, mas admitem recessão menor que o esperado
A queda do PIB inferior ao
esperado no primeiro trimestre poderá permitir a Portugal registar uma recessão
inferior a 3% do PIB em 2012, o valor avançado pelo Governo nas suas últimas
previsões macroeconómicas, e que é mais optimista do que as recessões previstas
tanto pela troika, como pelo Banco de Portugal.
Esta é uma conclusão que se
pode retirar das análises dos economistas participantes na "reacção dos economistas" do massa monetária à estimativa rápida de PIB
divulgada hoje pelo INE e que aponta para uma contracção da economia de 2,2% em
termos homólogos e de 0,1% em cadeia.
Bárbara Marques, do Millennium BCP pega nas previsões para crescimentos trimestrais
da Comissão Europeia e, introduzindo o valor para o primeiro trimestre hoje
divulgado pelo INE, admite uma recessão inferior a 3%: “Com esta estimativa e
assumindo a concretização das projecções da CE para os próximos trimestres, a
actividade económica em Portugal apresentaria um melhor desempenho em 2012
(contracção de -2,8% face a 2011)”.
Rui Bernardes Serra, do
Montepio, adianta também uma provável revisão em alta das suas perspectivas
para este ano: “Esta elevada resiliência da economia portuguesa no arranque do
ano tem consequências para o comportamento anual, concorrendo para uma revisão
em alta das nossas perspectivas, de uma queda de 3.2% para uma contracção entre
2% e 2.5%”, lê-se na análise publicada no “massa monetária”.
Paula Carvalho, economista do Banco BPI, é mais conservadora, mas também vinca que “são notícias positivas que sugerem que a queda da actividade este ano deverá ficar mais próxima de 3%, cenário menos gravoso que o avançado por algumas instituições, nomeadamente internacionais”, escreve.
Os economistas da Universidade Católica também reconhecem os dados positivos, mas deixam um aviso:
“este resultado não deve contribuir para uma atitude de maior complacência por
parte dos agentes políticos e económicos. Uma "surpresa positiva" num
trimestre não é suficiente nem para garantir que o cumprimento dos objectivos
orçamentais está assegurado nem que se iniciou já a recuperação cíclica da
economia”.
As análises coincidem na
necessidade de se adoptar cautela na interpretação dos dados, visto que, por um
lado, esta é uma estimativa rápida que não inclui a evolução das componentes do
PIB e, por outro, este é um ano rodeado de especial incerteza na frente
económica.
Título e Texto: Rui Peres Jorge, Jornal de Negócios, 15-05-2012, 14h37
Título e Texto: Rui Peres Jorge, Jornal de Negócios, 15-05-2012, 14h37
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