terça-feira, 3 de setembro de 2024

[Livros & Leituras] A psicologia das massas

Gustave Le Bon, Alma dos Livros, Lisboa, edição: fevereiro de 2023, 176 páginas.

Psychologie des foules foi publicado, pela primeira vez, em 1895.

O COMPORTAMENTO E A MENTE DOS INDIVÍDUOS QUANDO ESTÃO EM GRUPO É ABSOLUTAMENTE DISTINTO DO SEU COMPORTAMENTO QUANDO AGEM E PENSAM ISOLADAMENTE.

Gustave Le Bon é um dos fundadores da psicologia social e neste livro introduz o importante tópico da psicologia do comportamento coletivo. A sua tese fundamental é de que o indivíduo sofre uma transformação radical quando imerso num grupo. 

A Psicologia das Massas foi publicado em todo o mundo em edições sucessivas e tornou-se um clássico instantâneo, sendo traduzido em mais de 20 idiomas e aplaudido em todo o mundo. 

Algumas das ideias presentes neste livro tornaram-se evidentes, de forma bastante perturbadora, ao longo dos últimos anos: tais como o potencial autoritário latente em determinados estados e o processo global de redução da privacidade dos indivíduos. 

Neste livro é explicado o comportamento irracional das massas, a impulsividade e a pobreza da razão presentes numa multidão comum, e ainda o estado de hipnose frenética em que se encontram as pessoas em grandes massas humanas. 

É uma leitura altamente recomendada para qualquer pessoa interessada no estudo do comportamento social e humano, que deve necessariamente ser feita com espírito crítico, mas cujas ideias são, cada vez mais, dignas de reflexão. 

UM CLÁSSICO ESSENCIAL PARA COMPREENDER A NATUREZA IRRACIONAL DOS HUMANOS INSERIDOS EM GRUPOS COLETIVOS

Charles-Marie Gustave Le Bon (1841–1931)

Gustave Le Bon foi um importante polímata francês, cujas áreas de interesse e estudo incluíam a Antropologia, a Psicologia, a Sociologia, a Medicina e a Física. 

Nascido em Nogent-le-Rotrou, Le Bon formou-se em Medicina na Universidade de Paris, em 1866. No entanto, optou por nunca exercer a profissão, preferindo dedicar-se à investigação e à sua carreira de escritor. Publicou uma série de artigos e livros científicos antes de ingressar no Exército Francês após o início da Guerra Franco-Prussiana. A derrota na guerra, aliado a ter sido testemunha em primeira mão da Comuna de Paris de 1871, moldou fortemente a visão do mundo de Le Bon. Viajou então por toda a Europa, Ásia e norte de África. Estudou os povos e civilizações que encontrou de acordo com a recém-criada Antropologia, desenvolvendo uma visão essencialista da humanidade. 

Depois de 1890, juntou a Psicologia e a Sociologia aos seus estudos, áreas em que publicou as suas obras de maior sucesso. Le Bon desenvolveu a visão de que as multidões não são a soma das suas partes individuais, propondo antes que dentro destas se forma uma nova entidade psicológica. Ao mesmo tempo, desenvolveu as suas teorias psicológicas e sociológicas, realizou experiências na área da física e publicou livros populares sobre o assunto, chegando mesmo a antecipar a equivalência de massa-energia e a profetizar a Era Atómica. Le Bon manteve os seus interesses ecléticos até à sua morte, em 1931. 

Desprezado pela academia francesa em vida, devido às suas opiniões politicamente conservadoras e reacionárias, Le Bon foi um dos maiores críticos do socialismo e uma influência reconhecia de personalidades tão díspares como Roosevelt, Mussolini, Freud, Hitler, José Ortega y Gasset ou Lenine. 

Foi em 1988 ou 1989, conversando com o Chefe de Equipe do meu voo (cujo nome não consigo lembrar) – andava eu, então, em campanha eleitoral para a presidência da ACVAR-Associação dos Comissários da Varig – que ele me indicou o livro “Psicologia das multidões”.

Comprei-o sem demora e o li com menos demora ainda. Gostei muito. A leitura me ajudou a entender um pouquinho algumas atitudes que via acontecer em assembleias gerais na Associação e no Sindicato.

Anos depois recomendei a leitura ao meu filho. E ele também virou fã.

E então, mais anos depois, quase meio século!, me deu vontade de o reler. Como não encontramos o “original”, comprei a edição que acabo de ler.

Uma curiosidade: estive, por duas vezes, em Nogent-le-Routrou, terra natal de Le Bon, nos primeiros anos da década de 1970.

👏👏👏👏👏


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