sábado, 28 de setembro de 2024

[Versos de través] Queima das Fitas, Coimbra, 1967: “Poema”

Meu olhar brilha mais quando te avisto  
poema iluminado. Saberia
traduzir os motivos porque existo:
sonhos, amor, e muita fantasia.

Vivendo deste modo, assim, persisto
em tirar chamas da parede fria
que tens no coração. Perco-me nisto,
buscando a solução do dia a dia.

Neste amor que te dou e que me prende,
poesia que tão pouca gente entende,
tento rimar desgraça com ventura.

No meu poema triste, sem remédio,
entre sonhos, espantos, dor e tédio,
procuro Deus e perco-me na Altura.

Antínea, Faculdade de Direito

Anteriores: 
Queima das Fitas, Coimbra, 1967: “A uma criança só” 
Queima das Fitas, Coimbra, 1967: “Sinal da Cruz” 
[Versos de través] Queima das Fitas, Coimbra, 1967: "A uma estrela" 
Teu riso 

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