Alberto de Freitas
Miguel Sousa Tavares deu-me a
ideia, ao declarar não ler as críticas por uma questão de higiene mental. E não
é que tem razão. Deixei de o ler no Expresso e… bem, com o que restava para
ler… deixei de comprar o Expresso. Passei a sentir-me mais leve. Porém, o vício
do papel é grande e mantive o hábito de ler os diários. Uns dias compro o
Público, nos outros, o DN. A seleção depende da última página: vejo o Tavares,
fujão do BE para continuar o “sacrifício” de ser deputado europeu com, de
certeza, as habituais teorias de hospício e zás, compro o DN. Jornal sagrado ao
domingo, para a imperdível crónica de Alberto Gonçalves.
Hoje, sábado, comprei o
Público. Tive que tomar um Xanax. O artigo de São José Almeida, abalou a minha convicção que o bom senso é algo
intrinsecamente humano. A autora considera que Passos Coelho insultou os
portugueses quando declarou no parlamento que “Portugal não podia estar 37 anos
sem gerar uma única vez um excedente orçamental”. São os custos da democracia,
segundo SJA. Pelo que: quando em todo o planeta só houver democracias, não
haverá défice, só haverá carências. Sim, porque onde se encontrarão excedentes
para acudir aos deficitários? Ter excedentes, será sinónimo de ditadura. Fazer
contas, para a autora, é coisa antidemocrática.
Para a escriba “tia” (a idade
não é garante de juízo) de esquerda, não saltita um vislumbre que, talvez a
rapaziada que tomou “conta” da democracia, se utilizou da mesma para todo o
tipo de loucuras e de meter algum nos bolsos.
Mas não! Para SJA, em nome da
democracia: “vale-tudo”… e muita rapaziada com a conversa da treta de SJA, se
aproveitou.
Não sei por onde andava SJA no
25 de Abril, mas, eu, por essa altura, vi gente descalça em França, na Itália e
Alemanha Federal. E para quem vivia na RDA, a melhor prenda era receber umas
bananas... e havia gente descalça. Sim, Portugal melhorou nos últimos 37 anos,
mas o Mundo também. Não tivemos outra solução que “ir atrás”. E o povo
português - incluindo as ´próximas geraçoes - não merecia pagar um valor tão
elevado pela liberdade política.
Mas não comprar o Público por
causa de um só artigo? Não, pois adiciona-se um editorial de
“taxista-futeboleiro” onde se misturam Balotelli, Monti e Mário Draghi. Onde se
compara a agressão a Mário Soares na Marinha Grande - por parte desindicalistas e manifestantes ligados ao PCP – e a ira popular (que como se
sabe nada têm a ver com o PCP) contra o ministro Álvaro.
Culminando com o artigo de
Teresa de Sousa que exulta com a hipotética derrota de Merkel, como se essa
derrota, a acontecer, não fosse a da Europa do bom senso.
Este governo necessita, por
uma série de “asneiras” e opções, ser criticado. Mas, para isso, exige-se gente
honesta.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 30-06-2012
PS. Aproveito para informar SJA
que, como português, não me sinto insultado pelas declarações de Passos Coelho
Peço licença a Alberto para meter o meu bedelho.
Não resisti em transcrever a
segunda parte do editorial do Público, para melhor (e definitiva) compreensão
dos nossos generosos leitores:
A inútil desventura do ministro Álvaro
Atente para o título, prezado
leitor, já começa injetando a peçonha, como se o ministro tivesse combinado a agressão dos sindicalistas
do departamento sindical do PCP e a… combinação não tivesse resultado!
Foi já há um quarto de século,
mas muitos reterão ainda na memória as imagens da conturbada viagem de Mário
Soares, então candidato à Presidência, à Marinha Grande. Foi, como se sabe,
agredido por sindicalistas e manifestantes ligados ao PCP. Resultado: em lugar
de descer nas sondagens, subiu. E tornou-se Presidente da República. Ontem, na
Covilhã, o ministro da Economia, Álvaro dos Santos Pereira, experimentou os
efeitos da ira popular e teve que ouvir, inclusive, da boca do autarca local
(por sinal, do PSD) que, "para algumas pessoas, o único Governo que se
preocupou com os trabalhadores foi, em 1975, o Governo de Vasco
Gonçalves". O ministro ainda tentou dialogar, sem êxito: foi insultado e
um dos manifestantes atirou-se para cima do carro onde seguia. Isto
garantiu-lhe escolta da GNR, desistindo da cerimónia. Mas foi, na verdade, uma
desventura inútil: quer para os manifestantes, quer para o Governo, que não
subirá nas sondagens por causa disso.
O pior, para o bloquista
Público, este ministro TAMBÉM subirá nas sondagens; todos viram e ouviram a
peroração agressiva e insultuosa do sindicalista do departamento sindical do
Partido Comunista Português. Outra coisa: portugueses mais atentos ouviram
noticiar a presença de uma tal de Comissão de Utentes… ora! esses portugueses “mais
atentos” sabem quem está por trás das Comissões de Utentes, sim, as contraportagens.net…
que, só por acaso, mas muito por acaso, têm o mesmo net do que o net do portal do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, e o mesmo net do esquerda.net…
Continuando: portugueses mais atentos entenderam perfeitamente a fina ironia que saíu "da boca do autarca local (por sinal, do PSD)"... Até eu, que, apesar de português, mas não atento, sei o que se passou durante o governo de Vasco Gonçalves durante o verão quente de 1975...
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Foto: Henrique Matos |
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