João Bosco Leal
Tenho me esforçado para tentar
entender o que haveria de racionalidade em demarcar mais terras para índios,
como tem sido defendido por diversas ONG’s, em sua grande maioria estrangeiras,
pelo CIMI – Conselho Indigenista Missionário da Igreja Católica, vinculado à
CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e pela FUNAI – Fundação Nacional
do Índio, entidades que, além de apoiarem essa ideia, incentivam e até
patrocinam as invasões de terras de produtores rurais como as que estão
ocorrendo em Mato Grosso do Sul.

Após o descobrimento do que
hoje conhecemos por Brasil, a tendência dos colonizadores portugueses e depois
os espanhóis e holandeses, foi a de se manter mais próximo possível do litoral,
o que facilitava tanto as importações como as exportações.
Séculos depois vieram, em
maior número, os japoneses, que se concentravam no interior do estado de São
Paulo, e os alemães e italianos, na região Sul. Com o tempo, do nordeste ao sul
do país, as áreas já estavam praticamente todas sendo colonizadas, mas sempre
próximo do litoral.
Com a intenção de colonizar
áreas e incentivar a criação de novas fronteiras agrícolas, a União titulava
áreas devolutas de propriedade ou dos novos Estados que foram sendo criados.
Todo brasileiro que tivesse interesse em se mudar para esses locais recebia o
título de uma área de terras com tamanho legalmente determinado, que variava de
acordo com cada estado ou região.
Os últimos Estados criados
onde esse processo foi utilizado foram Roraima e Rondônia, mas foi assim que se
colonizou toda a região Norte e Centro Oeste do país. Nessa época, tanto
doenças como a malária quanto a implantação de uma infraestrutura mínima aos
que para lá fossem – como a construção estrada de ferro Madeira-Mamoré -,
causaram milhares de mortes entre esses colonizadores.
Depois de tituladas as
quantidades de áreas previamente determinadas pelo Governo Federal, com aprovação
do Congresso Nacional, as terras devolutas passaram a ser vendidas pelos
Estados a quem se interessasse em ir para essas regiões. Assim, com sacrifício,
lutas, mortes, e terras tituladas ou compradas dos governos é que os
antepassados dos produtores rurais iniciaram a colonização das áreas que hoje
pertencem a seus descendentes, ou dos que as deles compraram.
Ninguém roubou ou se apossou
de NADA. Todas as terras pertencentes aos produtores – pequenos médios ou
grandes -, que fazem parte do que hoje conhecemos como agronegócio brasileiro,
possuem documentos originalmente fornecidos pela União, registrados em
Cartórios e atualmente já georeferenciadas ou em processo nacional de
georeferenciamento, com precisão de centímetros em suas delimitações.
O agronegócio é responsável
por 37% de todas as exportações, 22,4% do PIB e emprega 1/3 da mão-de-obra no
país (fonte: CNA). E agora vamos expulsar esses produtores de suas terras para
que seja aumentada a área destinada aos brasileiros indígenas? Para que, se
mesmo onde os eles possuem, cada um, mais de 1.000 hectares, continuam na
miséria?
Com que finalidade, se tudo o
que comem – arroz, feijão, óleo de soja -, o que vestem – calças, camisas,
sapatos ou sandálias -, bebem ou usam como medicamentos, é produzido pelos
brasileiros não índios e eles mesmos não querem permanecer nas áreas já
demarcadas? Os índios querem viver na cidade, ter televisão, celular, veículos
e possuir os mesmos direitos dos brasileiros não índios para quem não se dá
terras.
Os 200 milhões de brasileiros
não índios ocupam, atualmente, 2,5% do território nacional, enquanto os cerca
de 800 mil índios – menos de 0,5% de nossa população -, já possuem 13% do
território só para eles (aproximadamente 110 milhões de hectares) e nada
produzem nessas áreas. Assim, os índios são, comprovadamente, os maiores
latifundiários do país, mas continuam pobres e carentes, apesar das de mais de
cem mil ONGs (uma para cada oito índios) que a eles se dedicam.
A demarcação de mais terras
para índios e a intenção de mantê-los no estágio primitivo só interessa aos que
estão pendurados como funcionários da FUNAI, ou a países interessados em
destruir nossa produção agrícola para não concorrer com a deles no mercado internacional.
As terras dos produtores
rurais são legalmente deles e tirá-las de quem produz, para entregar a quem
nada produzirá e nem quer lá permanecer, é ilegal, imoral e irracional.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 28-06-2013
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