quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sr.da Silva jamais aprendeu a ser um democrata

Peter Wilm Rosenfeld

Como brasileiro nato, já na quarta idade, dói-me ter que iniciar um texto com uma epígrafe como a acima.
Sei lá quantos Presidentes governaram o Brasil desde 1931, quando nasci, ou desde 1951, quando comecei a votar. É fácil pesquisá-lo, mas não creio ser necessário. Foram muitos. O primeiro foi para o Gal. Eurico Gaspar Dutra, o do “livrinho”.
Houve os destrambelhados, como Janio Quadros. Houve os populares, como Getúlio Vargas e Juscelino. Os posudos, como Fernando Collor. Os com aspecto sério, como o Gal. Geisel. O do radinho de pilha, amante de futebol, Gal. Médici. O que preferia o cheiro de cavalos ao de pessoas, como o Gal. Figueiredo.
Mas seguramente nenhum com características tão negativas como o Sr. da Silva, primeiro e único, em que jamais votei ou votaria!
Infelizmente, na maior parte do tempo o atual Presidente foi irresponsável, além de mentiroso.
Irresponsável no sentido de que, nas coisas realmente importantes, mas não agradáveis, alegava desconhecimento. Nessa alegação faltava berrantemente com a verdade, pois não só era conhecedor do ocorrido como até mesmo seu incentivador.

Não é possível alegar que não tivesse tido a oportunidade de aprender. Aprendeu, de alguma forma incompleta mas aprendeu, a ser torneiro mecânico. Disse incompleta porque não soube evitar um acidente que lhe custou um dedo.
Aprendeu, e muito bem, a ser um líder popular, tanto assim que durante um bom tempo soube liderar milhares de metalúrgicos em assembléias memoráveis, que contribuíram de forma decisiva para o fim dos governos militares. E é o mais popular ocupante do cargo que o País já teve.
Mas jamais aprendeu a ser um democrata. Combateu o regime de exceção instalado no Brasil em março de 1964. Candidatou-se para a Câmara dos Deputados, que funcionaria como Assembléia Constituinte, sendo eleito com muito expressiva votação.
Mas essa não era sua praia. Pertencer ao parlamento impunha obediência a certas regras, como o determinava o Regimento Interno, e não gostava disso.
Havia se acostumado, durante todos seus anos de Presidência de Sindicato, a fazer suas próprias regras, a agir como melhor lhe conviesse. O resultado não poderia ser outro: foi um péssimo deputado, ausente a maior parte do tempo.
E culminou seus anos de parlamentar levando seu partido a se negar a assinar a Constituição Federal, o principal documento legal e político do País!
Mas julgou-se com condições de governar o País.
Nas primeiras eleições absolutamente livres depois de anos e anos de ditadura militar, candidatou-se à Presidência da República. Claro que não foi eleito, até porque, penso eu, ainda se apresentava com espessa barba não aparada, falando sempre com ar raivoso.
Aliás, sua primeira tentativa de eleger-se para um cargo majoritário ocorreu em 1982, quando concorreu ao Governo do Estado de São Paulo, sem êxito.
Em 1998, foi derrotado por Collor. Em 1994 e novamente em 1998, foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso.
Finalmente, em 2002 (e novamente em 2006) elegeu-se Presidente na República, ambas as vezes no segundo turno.
No próximo dia 3 de outubro serão realizadas eleições para a Presidência, para os Governos Estaduais, para renovação da Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas e para 2/3 do Senado Federal.
Demonstrando seu desprezo pela democracia, impôs ao partido a candidata a sua sucessão; muito recentemente filiada ao Partido do Presidente, mas que jamais disputou qualquer eleição!
Graças ao apoio incondicional do Sr. da Silva, a uma participação sua extremamente ativa no processo eleitoral, jamais ocorrida no Brasil em eleições anteriores, a Sra. Rousseff é forte candidata a vencer o pleito.
Tentando justificar sua incansável participação na campanha eleitoral, o Sr. da Silva inventou um novo horário de trabalho para a Presidência: das oito horas da manhã às dezoito horas, em dias úteis, é Presidente da República. Nas demais horas dos dias úteis e em sábados, domingos e feriados, não o é, transformando-se no mais importante cabo eleitoral de sua candidata!!
Como o próprio Sr. da Silva gosta de dizer, “nunca antes neste País desde seu descobrimento” um Presidente da República só o foi  no horário do expediente.
Além disso, independentemente do processo eleitoral, o Sr. da Silva se aliou e prestigiou governantes em cujos países o forte não é a democracia. Muito antes pelo contrário. Apóia todos os governos que estão conduzindo seus países cada vez mais a se tornarem ditaduras de esquerda. Juntamente com seu adorado Sr. Fidel Castro, criou o “Foro de São Paulo”, cuja finalidade precípua é a de “comunizar” os países signatários.
Seu grande sonho era o de conseguir para o Brasil um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Com sua desastrada política externa, conduzida a várias mãos por esquerdistas empedernidos, penso que afastou completamente essa possibilidade. Não sem um custo adicional considerável, pois criou embaixadas em quase todos os países do mundo, alguns sem o menor interesse para o Brasil.
Despejou milhões de dólares, quer diretamente, quer perdoando dívidas (sem que o Congresso fosse consultado), em inúmeros países.
Apregoa aos quatro ventos que pagamos nossas dívidas em moeda estrangeira, o que não é verdade. A situação do País é confortável porque acumulamos reservas em moeda estrangeira. Mas devemos US$ 238 bilhões pelo mundo afora!
Em compensação, a dívida pública do Brasil subiu mais do que qualquer foguete da NASA: quando o Sr. da Silva assumiu a Presidência, a dívida pública era de R$ 647 bilhões. No final do presente ano, terá subido para R$ 1 trilhão e 700 bilhões!!!
Para finalizar, mas ainda no lado da gastança irresponsável, as despesas do Gabinete da Presidência subiram 712% entre 2003 e 2009; em propaganda institucional (?), foram desperdiçados R$ 56 bilhões!
Por se tratar de um episódio muito triste, deixo de me referir às mentiras, das mais deslavadas, tanto do Sr. da Silva como de sua protegida...
É ou não é o “lamentável Sr. da Silva” ?
Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre, RS, 15 de setembro de 2010

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