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Foto: AD |
SIC Notícias
A agência de notação
financeira Fitch cortou hoje o 'rating' de Portugal em um nível, de 'BBB-' para
'BB+', passando a nota do país para um nível já considerado 'lixo' ('junk').
Em comunicado, a Fitch, que já
tinha anunciado que iria tomar uma decisão sobre a revisão para possível corte
que pairava sobre o 'rating' português no quarto trimestre deste ano, diz que
os grandes desequilíbrios orçamentais, o elevado endividamento em todos os
setores e o cenário macroeconómico adverso levam a agência a considerar que a
sua nota já não é consistente com um ‘rating’ dentro da chamada escala de
investimento.
Entre os problemas apontados
está a revisão do crescimento previsto pela agência para a economia portuguesa,
que reviu as suas projeções apontando agora para uma recessão na ordem dos 3
por cento em 2012, tal como o Governo e a 'troika', e que a recessão nos
próximos dois anos irá complicar muito a tarefa do Governo em reduzir o défice
orçamental e que terá um impacto negativo na qualidade dos ativos dos bancos.
A Fitch alerta ainda para a
possibilidade de cortar ainda mais o 'rating' de Portugal, após o corte de hoje
para um nível já considerado 'lixo', caso a economia portuguesa ou o desempenho
orçamental seja pior que o esperado.
No comunicado, a agência
alerta para o perigo de novos cortes e de dificuldades de liquidez de Portugal
no final do programa, caso os mercados continuem fechados.
"Um desempenho económico
e/ou orçamental pior que o previsto pode levar a mais um 'downgrade'. Apesar de
Portugal estar financiado até ao final de 2012, o risco para a liquidez do
Estado pode aumentar materialmente mais para o final do programa caso as
condições adversas de mercado persistam", diz a agência de notação
financeira.
Fitch afirmou hoje que o risco
de derrapagens nas metas orçamentais que Portugal está obrigado a cumprir é
grande e considera mesmo que podem ser necessárias medidas adicionais em 2012
devido à situação financeira das empresas públicas.
"O risco de derrapagem -
quer de piores desenvolvimentos macroeconómicos ou de insuficiente controlo da
despesa - é grande", diz a agência no mesmo comunicado em que anuncia o
corte do 'rating' de Portugal para 'lixo'.
Entre os riscos apontados está
também a situação financeira das empresas públicas, que a agência considera
poder obrigar Portugal a tomar mais medidas adicionais de consolidação durante
o próximo ano.
"As empresas públicas são
outro fator de risco orçamental e têm sido responsáveis por várias revisões em
alta dos números do défice e da dívida no passado ano. Dados estes riscos, a
Fitch vê uma significativa probabilidade de mais medidas de consolidação serem
necessárias durante o ano de 2012", diz.
SIC Notícias, 24-11-2011
É preciso coragem e vergonha na cara
José Sócrates é quem tinha razão. E coragem. Porque conseguiu aumentar os funcionários públicos 2,9% quando já não havia dinheiro. E ele sabia. E conseguiu. E são 700.000 funcionários. Foi preciso muita coragem. E pelo que o Partido Comunista Português disse neste debate do Orçamento, Sócrates era quem tinha vergonha na cara. Porque conseguiu, também sem dinheiro, aumentar pensões a três milhões e meio de aposentados e pensionistas. E ainda teve coragem para criar umas centenas de milhar de complementos solidários e subsídios para inserir tudo e todos. Pagando 14 meses, todos os doze. E tudo isto sabendo que já não havia dinheiro. Foi preciso coragem. E o povo português admira essa coragem e há quem fale em nome do povo exigindo os subsídios a que temos todo o direito. Porque somos europeus. Há mil anos. E sem subsídios parecemos africanos. (...)
Mário Crespo, no Expresso, 19-11-2011
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