segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Como urubus da sorte alheia, petistas gravam em favela em que houve incêndio

Reinaldo Azevedo

O PT demonstra ignorar, definitivamente, qualquer noção de vergonha, de pudor, de limites. Uma equipe de Fernando Haddad, candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, nem esperou os bombeiros concluírem o trabalho de rescaldo no incêndio da favela do Moinhoe já estava lá, fazendo proselitismo com a tragédia e o sofrimento alheios. Daqui a pouco saio para o programa da VEJA.com. Na volta, quero lembrar um pouco a história dessa favela. Vou demonstrar como o petismo e suas franjas lutaram contra a remoção de moradores do local. Agora que a desgraça aconteceu, estão lá, como urubus. Leiam o que informa o Estadão:
Por Diego Zanchetta:
Logo após as equipes dos Bombeiros controlarem o incêndio na Favela do Moinho, na zona oeste de São Paulo, uma equipe do candidato Fernando Haddad (PT), com cinegrafista, operador de áudio e dois produtores, pegava depoimentos de famílias desabrigadas. Eram 10h20 quando um dos jornalistas que acompanhava o grupo mandou o câmera focar na desabrigada Joazina Pereira, de 38 anos, que fazia críticas ao bolsa-aluguel da Prefeitura e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).
“Esse Kassab não quer dar moradia para nós, ele quer é deixar a gente na rua, sem nada”, bradava a desabrigada. A equipe que fazia as gravações é da Pólis Produtora, uma das responsáveis por fazer imagens para a campanha do petista. Indagado pela reportagem do Grupo Estado se era de alguma campanha política, o jornalista que estava com o grupo admitiu que fazia imagens para a campanha do PT.
“Sou da produtora do João Santana, vim aqui porque o Haddad tem um trabalho aqui na comunidade”, argumentou o jornalista, que pediu para não ter o nome citado em reportagem. Procurada, a assessoria de imprensa do candidato confirmou que uma equipe foi gravar imagens na favela. “O Haddad já visitou a comunidade e se sensibilizou com a situação dos desabrigados. A equipe esteve no local pela relevância jornalística do fato. Não temos decisão de as imagens serão ou não usadas”, informou a assessoria do candidato.
Os profissionais ligados à campanha do PT estavam entre os primeiros a entrar na favela logo após o incêndio ser controlado, por volta das 9 horas. Eles tentavam fazer depoimentos particulares e tentavam impedir que outros repórteres entrassem na entrevista, para não atrapalhar as imagens. Um fotógrafo e um operador de áudio ajudavam a fazer a “produção”, com perguntas sempre direcionadas para serem respondidas com críticas.
Os produtores também fizeram imagens de barracos destruídos e das famílias desabrigadas que permaneciam acampadas na rua ao lado da favela. Eles também acompanharam o drama da dona de casa Valmira dos Santos, de 36 anos, que perdeu tudo e não tinha para onde ir com o marido e os seis filhos. “Esse bolsa-aluguel do Kassab não resolve nada, nós queremos é moradia”, criticava.
(…)

Por que me lembrei de uma cena numa fila de desempregados, no Porto, há alguns meses, com  emotivos deputados do Bloco de Esquerda dando entrevistas emocionantes, tendo como plano de fundo essa fila?...

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