Falhou o golpe de Estado da
"classe média" e do poujadismo dos crédito-dependentes. Em Lisboa,
não obstante a fúria da SIC e da TVI - de facto, os verdadeiros organizadores
da lamúria - os indignados não terão excedido 10 000. No Porto, terão sido 5
000. As imagens vistas do ar não enganam, mas há quem queira inchar e
mitificar. Os 0,20% que acorreram a estas pândegas manifestações não
oferecem manobra para Belém recorrer ao Conselho de Estado e, assim, tutelar um
golpe de Estado contra o governo saído das urnas há um ano. Passos que
continue, mas deve assestar o golpe na imensa rede de favoritos, nipoti e
Odoricos Paraguaçús do regime. Se o não fizer agora, perde o apoio dos 60% de
portugueses, aqueles que, sendo pobres, não se indignam.
22h42: A maratona
mantém-se nas tv's. Figuras cativas, gente do regime: um ex-governador de
Macau, ex-ministros, jornalistas comprometidíssimos com a alienação exercida
sobre o povo, comentadores e comentadeiros saídos da pobre "academia"
portuguesa, de fórmulas arrevesadas e falar cerrado para evitar compromissos. O
Daniel Oliveira - a única figura inteligente da extrema-esquerda - já aquecido
e delirante no programa da multimilionária SIC. Os olhos reluzentes, as
quixotadas e gabarolices do épico trazer-por-casa, instantâneo
de weltanschauung adolescente de uma burguesia que se exalta com as
revoluções, mas que nunca teve precalços, nunca conheceu o desemprego, teve
sempre mesada pontual e os trapos passados a ferro pela criada.
Começa a ganhar vulto uma lenda, um "novo 1.º de Maio", "um novo 25 da Silva". "Eu estive lá", "eu não fiquei em casa". Dos dez mil às 5 da tarde, logo inflacionados pelas tv's, pela noite já havia quem ali quisesse ver "a maior manifestação de sempre". O delírio a crescer na proporção directa da inconsequência do acto. Importava mitificar. Para gente que de actos multitudinários só teve as experiências dos futebóis, 60 000 é coisa imensa, número mágico que se impunha multiplicar por quatro, por cinco ou por seis. Acreditaram e assim ficou: "a maior de sempre", pedindo o céu.
Começa a ganhar vulto uma lenda, um "novo 1.º de Maio", "um novo 25 da Silva". "Eu estive lá", "eu não fiquei em casa". Dos dez mil às 5 da tarde, logo inflacionados pelas tv's, pela noite já havia quem ali quisesse ver "a maior manifestação de sempre". O delírio a crescer na proporção directa da inconsequência do acto. Importava mitificar. Para gente que de actos multitudinários só teve as experiências dos futebóis, 60 000 é coisa imensa, número mágico que se impunha multiplicar por quatro, por cinco ou por seis. Acreditaram e assim ficou: "a maior de sempre", pedindo o céu.
(…)
Título, Imagens e Texto: Combustões
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