O diretor executivo da empresa
norte-americana Titan enviou uma carta ao governo francês a criticar os
trabalhadores de uma fábrica da Goodyear, que vai encerrar, afirmando que os
franceses só trabalham três horas por dia.
"Visitei a fábrica várias
vezes. Os salários franceses são dos mais elevados mas eles não trabalham mais
que três horas. Têm uma hora para intervalo de almoço, passam três horas na
conversa e outras três a trabalhar", escreveu Maurice M. Taylor ao
ministro da Recuperação Produtiva Arnaud Montebourg, na carta que foi publicada
pelo jornal Les Echos.
"Eu disse isto na cara
dos sindicalistas franceses e eles responderam-me que em França é assim!",
adiantou o presidente da Titan.
Essa carta foi uma resposta ao
ministro francês que exigiu o retomar das negociações com os trabalhadores da
fábrica para evitar o seu encerramento.
"Você pensa que nós somos
assim tão estúpidos?", respondeu Taylor, adiantando que "a Titan vai
contratar um fabricante de pneus chinês ou indiano, pagar menos de um euro de
salários e fornecer todos os pneus que a França necessita", continuou,
"o agricultor francês quer pneus baratos e não se importa se eles vêm da
China ou da Índia", disse.
Questionado na quarta-feira à
noite sobre o assunto, o ministro Arnaud Monteborg não quis comentar a carta,
afirmando que não quer prejudicar os interesses da França.
A Goodyear anunciou no final
de janeiro que a fábrica de Amiens iria encerrar, ameaçando 1.173 postos de
trabalho. Em virtude da crise económica, numerosos complexos industriais estão
em risco de fechar em França colocando o governo em grandes dificuldades.
Diário De Notícias, 20-03-2013
Goodyear : l'incroyable courrier du PDG de Titan à Montebourg
Leïla de Comarmond
“Les Echos” ont obtenu la copie du courrier où le président du groupe américain
Titan explique au ministre du Redressement productif pourquoi il jette l'éponge
sur la reprise de l'usine Goodyear d'Amiens Nord. Dans un style très direct.
Pour éviter la fermeture de
l'usine Goodyear d'Amiens Nord, Arnaud Montebourg avait espéré que Titan
international, dont l'offre de reprise partielle violemment combattue par la CGT du site mi-2012, reviendrait à la table des
négociations. Mais le 11 février, le ministre du Redressement productif avait
dû annoncer qu'il avait jeté définitivement l'éponge. Le fabricant de pneus
agricoles ne «reviendra pas», avait-il déclaré.
![]() |
Arnaud Montebourg, ministre de Redressement productif, photo: AFP |
Une sobriété qui tranche avec
la violence du courrier que lui a adressé le président du groupe américain,
Maurice M. Taylor Jr, dont « les Echos » ont obtenu copie (voir
document ci-dessous). Extraits.
« Vous pensez que nous
sommes si stupides que ça ? »
« J'ai visité cette
usine plusieurs fois. Les salariés français touchent des salaires élevés mais
ne travaillent que trois heures. Ils ont une heure pour leurs pauses et leur
déjeuner, discutent pendant trois heures et travaillent trois heures. Je l'ai
dit en face aux syndicalistes français. Ils m'ont répondu que c'était comme ça
en France (...). Monsieur, votre lettre signale que vous voulez que Titan
démarre une discussion. Vous pensez que nous sommes si stupides que ça ?
Titan est celui qui a l'argent et le savoir-faire pour produire des pneus. Qu'a
le syndicat fou ? Il a le gouvernement français. (...) Titan va acheter un
fabricant de pneus chinois ou indien, payer moins de 1 euro l'heure de salaire
et exporter tous les pneus dont la France a besoin. Vous pouvez garder les
soi-disant ouvriers. Titan n'est pas intéressé par l'usine d'Amiens nord. »
(…)
Leïla de Comarmond, Les Echos, 20-02-2013
Leia a carta completa, em francês e inglês, aqui
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