Cristina Miranda
A primeira atitude tomada pela
Governo e Presidente da República no dia em que se dava conta da tragédia de
Pedrógão foi a desresponsabilização total e absoluta. Contra factos não há
argumentos. O primeiro-ministro atribuía a matança a causas naturais inesperadas.
O PR serenava os ânimos dizendo que tudo tinha sido feito.
Sem saberem ainda de nada já sabiam que não havia responsabilidades deste
governo porque estávamos apenas perante uma catástrofe natural. Porém, o ruído
perturbador dos cidadãos nas redes sociais com denúncias e depoimentos sobre os
factos, obrigou a uma mudança de estratégia. Curioso ver que tanta certeza
houve nos primeiros minutos e agora volvidos 13 dias dizem ainda não saber dos
culpados.
Começou por ser um raio. Num
eucalipto, essas malvadas árvores que têm a ousadia de arder? Não. Num
pinheiro. Depois, já não era o raio porque sem trovoadas não os há. Passou-se à GNR esses militares
que tiveram a desfaçatez de desviar as pessoas para a estrada da morte. Mas
descobre-se que só o fizeram porque não tinham comunicações entre eles. Entra o SIRESP ao
barulho. Esse sistema de comunicações futurista do melhor e mais caro que o
planeta tem mas que não funciona em caso de calamidades. Porém, alto lá que a
malta do SIRESP respondeu logo (aqui a rapidez é estonteante) alertandoque esteve operacional SEM FALHAS. Portanto, todos os que testemunharam o
contrário são, de acordo com estes, um bando de mentirosos. Ao SIRESP juntou-se, claro, o governo, acusando a Proteção Civil pelas falhas. Tem lógica: se as comunicações mesmo sem antenas funcionaram, só
podia ser dos incompetentes das chefias da ANPC. Aquelas 30 que o governo substituiu 5 meses antes, por gente altamente qualificada em advocacia, enfermagem, ciências do desporto e desencarceramento.
Que por sua vez estão sob a alçada do MAI. Tem lógica.
O Costa começou a exigir
respostas a todos os organismos envolvidos mas esqueceu-se de dar as respostas
(bem, na verdade não se esqueceu, os jornalistas é que não as fizeram) sobre uma matéria que ele mesmo conhecia muito bem dado que foi ele que fez a adjudicação deste SIRESP formalizado em contrato assessorado pelos seus grandes amigos Lacerda e Constança. Foi graças a Costa que o contrato não contempla antenas satélite, nem geradores, não se responsabiliza em caso de calamidades nem falhas de comunicações que não sejam superiores a 4 dias. Com
falhas assim, não se quer que resulte. Quer-se que falhe para justificar a
compra de mais meios, mais boys, mais contratos ruinosos para o erário público.
É tão claro e simples de entender.
O que esconde Portugal nos
fogos? Muita coisa. Começa pelos maçons como Capoulas Santos que têm a pasta da
agricultura, 5 dias antes da tragédia abria concurso de eucaliptos, já
tem um mega projeto piloto em marcha (e agora vejam só a rapidez recorde) para
toda aquela mancha gigantesca de incêndio com cheiro a morte. Por falar em maçonaria, já espreitaram a quantidade abismal de maçons do PS aquando das governações do partido?
Espanha aqui mesmo ao lado, com mesmo clima, enfrentou um grande incêndio numa zona turística. A origem pouco interessa.
Interessa sim dizer-se que ficaram 2000 pessoas desalojadas, mas NENHUMA sofreu
qualquer ferimento. Que em 3 dias estava circunscrito e foi extinto sem
intervenção estrangeira. Mas o nosso governo está a brincar com a inteligência
de quem?
Não somos parvos. Não somos um
bando de ignorantes. Exigimos respeito. Não admitimos que nos mintam
descaradamente para salvar a pele. Não toleramos negligência criminosa tratada
com pinças. Gente sossegadamente a gerir os destinos da Nação sem assumir
responsabilidades nem tomar as medidas corretas e urgentes para proteger as
populações destas e outras desgraças como é seu dever.
Porque, meus caros senhores,
NÓS NÃO NOS CALAMOS. Podem perseguir o Sebastião Pereira que apenas teve a
coragem de dizer o que tinha de ser dito e que CÁ em Portugal queriam
silenciar. Porque, nós povo, SEREMOS TODOS SEBASTIÕES PREIRA e faremos de tudo
para que jamais este assunto morra sem os respectivos culpados serem julgados.
Sem TODAS AS VÍTIMAS ressarcidas dos danos. Deste e daquele que em 2016 deixou
tanta gente sem nada e AINDA estão à espera. Lembram-se? Está AQUI o auxiliar de memória.
Nós não nos calamos mais!
Nunca mais!
#naonoscalamos
Título e Texto: Cristina
Miranda, Blasfémias,
30-6-2017
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