Arlindo Duplo
O melhor momento da vida
humana é quando se dorme, afastados de uma realidade que não é sempre perfeita
em nossas mentes, sabendo que enquanto alguém ri, outro chora, enquanto alguém
vive, outro morre, enquanto alguém se diverte, outro sofre, isso quando nós
mesmos não nos sentimos assim conjuntamente na desordem do que queremos como
sendo perfeito, melhor para nós, dádiva que não cabe a nós a decisão. Até o
mais insensível dos humanos sente isso, queira ou não, faça ou não, demonstrar.
O corpo se alimenta de
alimentos, seja ele ar, água ou comida, à mente se alimenta de sentimentos, e
estes são vários e misturados em uma babel que foge ao nosso controle e por
isso só temos paz ao dormir, ou nem mesmo sempre sendo assim quando em
pesadelos que nos trazem dormindo à cautela da mente. Se estivermos acordados
sentimos e enxergamos nossos temores, nossas esperanças, nossas realizações e
fracassos e tudo que, misturado, nos faz inseguros do depois, daquele segundo
que precede o momento vivo onde não sabemos também até quando vai durar. E quem
será diferente, capaz de regular tudo isso ao bel-prazer e vontade? Ninguém.
E vivemos todos, pretos,
brancos, amarelos, vermelhos, miscigenados, no mesmo mundo e sentindo iguais
mesmo na diferença individual do grau ou teor, humanos, gente, corpos e mentes,
uns fazendo o que se diz ser o certo, outro o errado,sem podermos parar,
modificar, porque no fundo somos parte de uma engrenagem que gira, cobre-se de
sombras e de luz em ciclos certos e alternados como a nos mostrar nossa própria
natureza que é a dele, o sol e a noite, o acordado e o dormindo, dois sendo um
só. Logo o sol nascerá, logo alguém nascerá, logo alguém morrerá, logo a noite
vai chegar. Interlúdios fatais de uma cruel verdade que se pinta de bela e nos
ilude e confunde. This is the world where
we live.
Título e Texto: Arlindo Duplo,
29-10-2011
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Meditando à beira mar, foto: Afonso Matias, 02-07-2007 |
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