A companhia aérea australiana
Qantas Airways decidiu hoje manter em terra toda a sua frota aérea, suspendendo
todos os voos domésticos e internacionais, enquanto tenta resolver o conflito
laboral vivido na empresa e que está a afectar a normal actividade da empresa
há já algumas semanas.
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Foto: Daniel Munoz/Reuters |
Os técnicos da empresa, o pessoal
de terra e os pilotos reclamam aumentos salariais e contestam o plano de
reestruturação da Qantas, que quer concentrar as suas actividades
internacionais na região do Pacífico.
Nas últimas semanas, os
trabalhadores têm diminuído voluntariamente o ritmo de trabalho e as equipas de
manutenção têm-se recusado a fazer horas extraordinárias, causando atrasos
consecutivos.
“Os aparelhos actualmente em
voo seguirão até ao destino. Depois disso não haverá um único novo voo
doméstico ou internacional, onde quer que seja, em todo o mundo”, indicou a
empresa há algumas horas atrás.
“Os aviões permanecerão no
solo o tempo que for preciso para que a actual situação termine”, indicou o
patrão da Qantas, Alan Joyce, durante uma conferência de impresa convocada de
emergência, acrescentando que não poderá optar por uma “saída fácil” acedendo
às exigências dos sindicatos. “Isso destruiria a Qantas a longo prazo”, afirmou
o responsável.
“Eu tomo esta decisão
inacreditável (...), a decisão muito difícil de manter em terra os aviões desta
companhia aérea”, declarou Alan Joyce.
Cerca de 70 mil passageiros
serão afectados e cerca de 600 voos serão anulados, uma decisão que afecta 108
aeronaves e 22 aeroportos, precisou ainda a Qantas.
O ministro australiano dos
Transportes, Anthony Albanese, declarou-se hoje “muito inquieto” com esta
decisão, afirmando aos jornalistas que o seu governo fará de tudo para resolver
o conflito.
Ontem, durante uma assembleia
geral de accionistas, a companhia aérea tinha indicado que os movimentos grevistas
das últimas semanas já custaram à Qantas 68 milhões de dólares australianos
(51,2 milhões de euros).
Fonte: Público, 29-10-2011
Gentil leitor, você se apercebeu do alcance (e força) da decisão "patronal"?? Inédita no mundo!
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