Miguel Santos
O ataque terrorista a uma
escola militar em Peshawar, no Paquistão, vitimou 148 pessoas, entre as quais
mais de 130 alunos. Pelo menos três professores foram regados com gasolina e
queimados vivos.
![]() |
Destroços da escola militar em
Peshawar, no Paquistão, depois do ataque talibã que vitimou 148 pessoas. Foto:
AFP/Getty Images
|
Os detalhes do ataque talibã a
uma escola militar em Peshawar, no Paquistão começam agora a ser conhecidos. Os
relatos das crianças feridas no ataque dão conta da violência dos terroristas:
além de terem disparado contra centenas de alunos, pelo menos três professores
foram regados com gasolina e queimados vivos, informa o The Telegraph. A
diretora da escola, Tahira Qazi, foi assassinada com uma granada.
Wasif Ali, um aluno da sexta
classe, internado no Lady Reading Hospital, com ferimentos no abdómen e na
cabeça, conta ao mesmo jornal como Tahira Qazi, os tentou proteger: “A nossa
diretora mostrou extrema bravura. Não teve medo nem quando os terroristas
estavam a disparar”. Quando se apercebeu do ataque, Qazi percorreu os
corredores da escola militar, gritando para os alunos se trancarem nas salas de
aulas. Cercada pelos atacantes, procurou refúgio na casa de banho e nesse
momento foi ferida fatalmente, ao ser atingida por uma granada lançada pelos
terroristas através de uma conduta de ar.
O número de vítimas do
massacre poderia ter atingido proporções ainda maiores não fosse a coragem da
professora de 24 anos Afsha Ahmed, segundo relatou Irfan Ullah, um aluno de 15
anos, aos jornais locais. “Ahmed foi tão corajosa. As suas últimas palavras
para os terroristas foram: ‘Vocês têm de me matar primeiro. Eu não vou ver os
corpos dos meus alunos prostrados à minha frente’. [Depois disto] ela estava em
chamas. Mesmo enquanto estava a ser queimada viva, ela gritou-nos para que
fugíssemos e procurássemos refúgio”.
Além de Qazi e Ahmed, também
Hifsa Khush e Saeed Khan estão entre os professores que sacrificaram as suas
vidas para salvar os alunos. “Todos os 900 alunos teriam sido mortos, se estes
professores não tivessem aparecido no meio de tudo”, explicou Jaffar Gul, outra
das crianças feridas no ataque.
De acordo com o jornal inglês,
só foi possível identificar o corpo de Saeed Khan através dos anéis que trazia
nos dedos, tal era a extensão das queimaduras. Morreu a tentar evitar que os
alunos saíssem das salas de aulas onde se encontravam e fossem atingidos pelas
balas disparadas pelos terroristas.
O ataque à escola militar
vitimou 148 pessoas, entre as quais mais de 130 crianças.
Título e Texto: Miguel Santos,
Observador,
18-12-2014
Relacionado:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-