sábado, 21 de setembro de 2024

[Versos de través] Queima das Fitas, Coimbra, 1967: “A uma criança só”

Ninguém se preocupa contigo
Criança que paras espantada
Olhas o mundo como um castigo
Como uma pedrada.
Por isso essa pupila
Com reflexos ouro-trigo
Tão cheia de ver o não visto
Parecer-se-á com a de Cristo
Numa tarde de desalento
Numa curva da angústia.
Num desejo de esquecimento

António M. Fernandes, Faculdade de Direito

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Queima das Fitas, Coimbra, 1967: “Sinal da Cruz” 
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Teu riso 
Duas canções de silêncio 

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