Cristina Miranda
Seria hipocrisia minha fingir
surpresa com o estado atual dos media. A reação dos grandes órgãos de
comunicação social – nacionais e internacionais – aos recentes assassinatos de
Irina e Charlie Kirk é apenas a mais recente prova da morte do jornalismo
enquanto função informativa. O que resta hoje são estruturas de ativismo
político disfarçadas de informação, a operar em conluio ideológico e com objetivos
que pouco ou nada têm a ver com a busca da verdade.
Desde 2016, quando comecei a
dedicar-me ao ativismo cívico, venho denunciando o comportamento dos media:
incoerências gritantes, mentiras reiteradas, manipulação factual e uma
agressividade constante contra qualquer voz que não repita a narrativa oficial.
O que antes se chamava jornalismo tornou-se uma engrenagem de propaganda – uma
“operação Mockingbird” em versão século XXI -moldando a opinião pública e
produzindo consenso em torno de causas políticas, culturais ou ideológicas, sob
o disfarce da neutralidade.
O caso de Irina, brutalmente assassinada num metro europeu, é um exemplo cruel desta falência ética. Durante dias, as redacções fingiram não ver. Nenhum destaque, nenhum editorial, nenhum “debate urgente”. Só quando as redes sociais – esse novo e incómodo poder popular – tornaram o caso viral é que os media se viram obrigados a reagir. E, ainda assim, fizeram-no com cautela e eufemismo, procurando desculpas para o agressor e desviando o foco da tragédia humana.
Poucos quiseram reconhecer o essencial: a indiferença coletiva e o silêncio ensurdecedor perante a violência. Nenhum “telejornal de referência” questionou o que falhou na sociedade que se diz progressista e solidária. Pior: a morte de Irina não serviu de abertura em horário nobre, dos telejornais porque não encaixava na narrativa.
Contrastemos com o caso
de Charlie Kirk, cuja morte foi imediatamente tratada de forma seletiva.
Ao invés de um trágico assassinato político, preferiu-se a etiqueta
conveniente: “ativista de extrema-direita”, “apoiante de Trump” – um rótulo
suficiente para, nas redes e nas redacções, justificar o inaceitável. Quando a
ideologia se sobrepõe à humanidade, o jornalismo deixa de ser mediador e
torna-se cúmplice.
A escritora J.K.
Rowling resumiu bem esta inversão moral:
“Se você acredita que a liberdade de expressão é para si, mas não para os seus opositores políticos, você é antiliberal. Se acredita que o Estado deve punir quem discorda, é totalitário. E se deseja a morte dos que pensam diferente, é terrorista.”
Hoje, nas redacções
ocidentais, estas palavras soam quase subversivas. O jornalismo que nasceu para
fiscalizar o poder tornou-se o braço ideológico do mesmo. Os fact-checkers,
outrora símbolo de rigor, transformaram-se em árbitros partidários da verdade,
validando falsidades convenientes e desmentindo factos incómodos.
Em Portugal, esta
tendência não é excepção – é regra. As redacções estão povoadas por militantes
travestidos de jornalistas, cronistas que confundem opinião com reportagem e
noticiários que já nem disfarçam a militância. O espaço público é dominado por
“comentadeiros” que ditam o que se pode ou não pensar, enquanto se acusam os
outros de “discurso de ódio”. (leia aqui, aqui e aqui)
Entretanto, os mesmos media
que exigem solidariedade seletiva recusam o mínimo de coerência: o Parlamento
Europeu, por exemplo, não concedeu um minuto de silêncio por Charlie Kirk,
mas fez questão de o fazer por George Floyd. Não se trata de comparar
tragédias, mas de expor o duplo critério moral – e o papel dos media em o
legitimar.
O que resta da função
informativa está hoje nas margens: nas redes sociais, nos pequenos
canais independentes, nos cidadãos que filmam, questionam e investigam aquilo
que as redações omitem. São estes que ainda praticam, por instinto, o velho
jornalismo – o da verdade incómoda. E são precisamente estes que a UE quer
condicionar por, vejam só, propagação de mensagens de “ódio”. Que conveniente.
Porque a verdade, hoje, é
revolucionária. E os media, esses que juraram defendê-la, tornaram-se o seu
principal inimigo.
É urgente insurgirmo-nos todos
contra esta nova realidade.



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