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Maria Lucia Victor Barbosa
Dizem que Nelson Jobim saiu do
Ministério da Defesa porque quis. Estava insatisfeito e manifestou esse
sentimento com provocações ao governo petista no intuito de ser demitido. Não
interessa nesse artigo analisar tal homem público. Muitos o elogiaram como se
ele tivesse morrido, afinal, todo morto vira santo. Não vem, contudo, ao caso
tratar aqui do civil que gostava de se fantasiar de militar. Antes interessa
observar mais uma escolha de Lula, talvez, a pior de todas. Afinal, ocorre a
alguém que não foi ele que, em prazeroso exercício de seu terceiro mandato
ordenou a sua afilhada política que desse um posto importante ao homem que sob
suas ordens e via Marco Aurélio Garcia foi exemplarmente servil?
Na verdade, perante o mundo
civilizado o Brasil passou vergonha por conta dos constantes fiascos e
trapalhadas do chanceler, de seus achegos aos piores ditadores mundiais, de
suas erráticas escolhas ideológicas que privilegiaram o perigoso Ahmadinejad, o
sanguinário déspota Fidel Castro, o bufão Hugo Chávez e demais caudilhos
latino-americanos, enfim, todos os que são rotulados como sendo de esquerda.
Por outro lado, as pantomimas
“diplomáticas” de Amorim de certo modo disfarçaram o modo de ser PT no poder
perante esquerdistas românticos ou para aqueles que acreditam que Lula é a “luz
do mundo”. Isto porque, o outrora partido ético, único verdadeiramente de
esquerda, aquele que vinha para mudar o que estava errado mergulhou de cabeça
no vale-tudo da imoralidade pública, no peculiar tipo de capitalismo selvagem,
onde poderosos roubam bilhões e fica por isso mesmo.
Lula determinou que
permanecessem no governo Rousseff ministros de setores estratégicos, ligados ao
seu partido e que o serviram em seus mandatos. E outros da chamada base aliada
ou comprada, como Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes. Sem dúvida,
uma tática de atrelamento para dar continuidade ao seu poder, a mesma que ele
impõe ao PT quando quer indicar candidatos a prefeito.
Palocci, o primeiro do atual
governo a cair deve estar sem medo de ser feliz e ganhando fábulas. Nascimento
e vários diretores do Ministério dos Transportes que através do que foi
mostrado na imprensa lembrou um antro de ladrões, foram para o olho da rua.
Agora se foi Jobim, que pelo menos não apareceu como corrupto.
Cabe indagar se Lula não sabia, não via, não
escutava nada do que se passava entre os companheiros ministros, se seria
omisso ou conivente com a corrupção reinante. E Dilma Rousseff, que tendo sido,
inclusive, ministra da Casa Civil, o ministério mais importante que comanda
todos os demais, também não sabia de nada? Se sabia, porque não avisou ao
chefe?
Porque só agora Rousseff
reagiu para ser aplaudida como a grande defensora da ética? Será por que no
Ministério dos Transportes, o PAC, seu “filho” único foi abortado entre
fraudes, tramoias e falcatruas? Seria o ataque moralista da presidente foi
apenas um golpe de marketing? Terá ela coragem de fazer a mesma limpeza em
outros ministérios, especialmente os do PMDB? De todo modo, foi significativo o
aviso de Gilberto de Carvalho, porta-voz de Lula, de que não haverá mais caça
as bruxas.
Na caçada feita percebe-se que
foi trocado seis por meia dúzia, o que mostra claramente a falta de quadros do
PT e de suas bases. Chegou-se na era Lula ao fundo do poço da amoralidade, da
mediocridade, da vulgaridade, da ausência de valores, da impunidade, do
achincalhe, da malandragem, do cinismo e da mentira praticados de modo nunca
antes havido nesse país. Com raras exceções presencia-se a degradação total do
meio político, onde a corrupção é o feijão com arroz do cotidiano.
Celso Amorim, ajudante de
Marco Aurélio Garcia, fiel agregado das hostes lulistas, é figura emblemática
da degradação onde se destaca como sabujo sempre solicito e pronto a obedecer
ao chefe. Não tem vontade própria, não possui espinha dorsal e seu forte são
trapalhadas cometidas no afã de agradar aos superiores. A este tipo de
indivíduo foi entregue o Ministério da Defesa, o que dá a sensação de que o
país está indefeso. Como curiosidade se pode conjecturar o que fará ele em
primeiro lugar: a compra dos caças franceses? A criação de um Exército
latino-americano para servir a Hugo Chávez? A oficialização do trânsito das
Farc dentro de nossas fronteiras? Ah, muito pode fazer Amorim em nome da causa.
E como afirmou Lula da Silva: “não cabe aos militares gostarem ou não
gostarem”. Ao povo não precisa dizer que deve votar nele em 2014. O povo fará
isso com entusiasmo.
Há tempos atrás tais coisas
seriam tidas como impossíveis. Tudo mudou. Para pior. Muito pior. Eis a
verdadeira herança maldita, onde Celso Amorim é um dos destaques.
Título e Texto: Maria Lucia
Victor Barbosa, socióloga, 07-08-2011
Os grifos são meus.
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