Cesar Maia
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Michal Kalecki, autor:
Manuel García Jódar
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1. Dilma e Mantega estudaram
na cartilha do economista polonês Michal Kalecki.
Estudaram, mas esqueceram de tudo, especialmente as razões das decisões de
investimento. Reler a “Teoria da Dinâmica Econômica”, de Kalecki, ajudaria
muito. Em especial que não serão recursos disponíveis ou tributos para cima ou
para baixo que produzirão estímulos sustentáveis.
2. Uma frase de Keynes ilustra
bem esse processo: “A economia vai bem quando os empresários acham que ela irá
bem”. De nada adianta o ministro tentar alegrar os empresários com declarações
otimistas, porque essas são sempre ouvidas ou lidas com desconfiança – aqui e
alhures. Mesmo um esforço de notícias otimistas por parte da imprensa não
resolve nada se não tiver lastro.
3. Hoje, com o fluxo de
informações – efetivas – disponíveis em tempo real e a cada segundo e a
possibilidade de trocar informações em rede, não serão declarações, discursos,
ou aparições na TV que resolverão as decisões de investimento. São as
Expectativas. Roberto Campos dizia sempre, numa conjuntura econômica difícil,
que o importante era a “Reversão das Expectativas”.
4. Em 2002 o Prêmio Nobel de
Economia foi dado a um economista – Vernon Smith – e um psicólogo – Daniel
Kahnegem – que conseguiram demonstrar o peso fundamental dos fatores
psicológicos nas decisões econômicas.
5. Não bastam boas notícias. A
eleição grega mostrou isso. É necessário convencimento. Por maior que seja o
tamanho dos governos e suas estatais, o peso de suas decisões de investimento
ficará sempre muito aquém das necessidades globais. No Brasil, se os
investimentos dos governos aumentarem espetaculares 50%, a impulsão ao PIB mal
tocará 1%.
6. E quanto mais Dilma e
Mantega teatralizam as boas novas, menos credibilidade suas novas
teatralizações têm. A economia brasileira está em recessão – com números muito
diferentes da dinâmica econômica de vários países em desenvolvimento – BRICs e
outros, inclusive da América Latina. A crise europeia chega com peso diferente
nesses países e no Brasil.
7. É que, por aqui, as
expectativas e os fatores psicológicos afetam negativamente as decisões de
investimentos de todos. E – lembre-se – para a economia crescer 4% ao ano, são
necessários 800 bilhões de reais de investimentos, ano a ano, de forma
sustentada. Empurrar a dívida das famílias ou um custeio inorgânico, na melhor
hipótese, gerará um aproveitamento de capacidade ociosa, num deprimente voo de
galinha.
Título e Texto: Ex-Blog de Cesar Maia, 20-06-2012
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