Alberto de Freitas
Deus, está comprovado que
existe e que é um egoísta. Após contratar Chico Anysio, leva o Millôr. Estou a
vê-lo sentado no trono celestial, a rir-se como o diabo – podem ter a certeza
que o diabo, não é mais que Deus em período de gozação – enquanto deixa o mundo
cada vez mais chato.
É verdade: chato é imortal
Mas claro que o esperto – eu
queria manter o respeito, mas é que já não há saco -, num claro abuso de poder
e aproveitando-se da omnisciência, discrimina os humanos. No fundo é um
preconceituoso, pois os chatos também são gente.
Tenho já uma lista de chatos
que considero estarem na hora de “andarem”. Todos os dias consulto a necrologia
na esperança de abater a lista e… nada. Daí que se justificaria perfeitamente
os “chato killer”, diferenciando-se dos serial killer no assassínio exclusivo
de chatos.
Como seria o mundo se em vez
dos reis tivessem sido os bobos a governar? De certeza muito melhor, muito mais
divertido. O povo seria feliz, pois o humor tem lugar mesmo em tempo de gamela
vazia.
Aos chatos seriam reservados
os chapéus vistosos com sininhos, para que os humanos se pudessem furtar ao
contacto. Seriam equivalentes aos leprosos e seriam, sempre que capturados,
metidos nas chatarias, onde permaneceriam até Deus não ter outra solução senão
requisitá-los.
Entretanto, numa tentativa de
resolução do problema, criei a lista dos “a ressuscitar”, em que tem o Millôr
mesmo no finzinho. É que acabei mesmo agora de apontar.
Pode não ser ao terceiro dia
que os tempos não estão para exigências de prazos muito apertados. Para a
semana, para o mês que vem… sei lá. Não impondo prazos, imponho a devolução, porra.
Título e Texto: Alberto de
Freitas
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O desenhista, jornalista,
dramaturgo e escritor Millôr Fernandes, 2006, foto: Ricardo Moraes/Folhapress
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