Marieta Cazarré
Um projeto de lei excepcional
e transitória para a realização de novas eleições na Bolívia foi enviado nesta
quarta-feira (20) ao Senado pelo governo interino do país. Caso não haja
consenso para o avanço do projeto, o governo cogita convocar novo pleito por
decreto.
As eleições do último dia 20
de outubro foram marcadas por fraudes e manipulações, verificadas por uma
auditoria realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Após a
divulgação da auditoria, no dia 10 deste mê , e pressionado pelas Forças
Armadas, o então presidente do país, Evo Morales, renunciou ao cargo e
asilou-se no México.
A autoproclamada presidente
interina da Bolívia, Jeanine Áñez, assumiu o posto após a renúncia de Morales.
Jeanine informou hoje que pretende convocar as eleições o quanto antes,
respeitando a Constituição. "Faremos isso [convocar novas eleições] em
conjunto com organizações internacionais e com todos aqueles que desejam
enriquecer o projeto-base, que será útil para todos os bolivianos ",
afirmou a presidente.
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Foto: Ueslei Marcelino/Reuters/DR |
"Primeiro, estaremos mais
apegados à Constituição. Redigimos um projeto de lei básico, que provavelmente
será corrigido, acordado e enriquecido por todos os setores envolvidos na
lógica de pacificar o país e eleger nossos governantes", afirmou Jeanine
Áñez.
Caso não haja consenso no
Congresso, uma vez que a bancada do partido de Evo Morales, o Movimento ao
Socialismo (MAS), tem maioria nas duas Casas, o governo cogita convocar
eleições por meio de decreto. "Obviamente, esgotando todas as instâncias,
se o Congresso não nos permitir fazê-lo de maneira legal, bem, já procuraremos
outros mecanismos, mas que o país terá eleições, isso sim, nós garantimos",
afirmou a presidente interina.
Eleições por decreto já foram
convocadas antes na Bolívia, no mandato do presidente provisório Eduardo
Rodríguez Veltzé (2005-2006), e servem como jurisprudência para o atual
governo. No entanto, a presidente do Senado, Eva Copa, afirmou que tal ação
seria inconstitucional. "Não podemos permitir que uma eleição seja feita
por decreto, quando a Assembleia Legislativa estiver funcionando com legalidade
e legitimidade", disse a senadora.
Título e Texto: Marieta
Cazarré; Edição: Nádia Franco – Agência Brasil, 20-11-2019, 13h43
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