Humberto Pinho da Silva
No tempo dos meus antepassados, a Família era constituída pelos avós, pais e filhos. Ainda no primórdio da segunda metade do século XX, assim acontecia, principalmente no interior.
Mas o Mundo Ocidental
evoluiu, ou será que involuiu? Foi infetado pela Nova Moral, e o núcleo
familiar excluiu, mormente nas grandes cidades, os avós, apartando-os para
lares ou simplesmente abandonando-os nos hospitais ou na rua.
O facto da mulher ter
entrado, em força no mundo do trabalho, nas últimas décadas, contribui, em
parte, quantas vezes por falta de tempo, para essa triste realidade; assim vão
desaparecendo raízes, memórias, tradições e costumes, que são determinantes para
agregar a Família, e ajudar a unificar o País.
A ausência de convívio
entre os membros da Família, pelo facto de passarem a maior parte do dia fora
do lar, contribui, ainda mais, para a desagregação da Família. A falta de
legislação que facilite a união dos cônjuges, pode ser uma das explicações para
a dissolução de muitos agregados familiares.
Verifica-se também que ano
após ano a comunidade tem-se tornado mais egoísta e mais agressiva. Analisa-se
isso nos estádios desportivos e em manifestações de rua.
A crispação existe, igualmente, no seio da Família. Na última campanha eleitoral, no Brasil, houve agregados familiares que tomaram posições radicalmente opostas: pais e filhos desentenderam-se, a ponto de se separarem, e a coletividade encrespou-se como nunca.
Para se evitar a ausência materna do lar, no último quartel do século XX, políticos de vários países, entre eles Mário Soares, consideravam que a presença da mãe era insubstituível na educação dos filhos. Chegou-se a ventilar recompensar monetariamente as que preferissem ficar em casa, cuidando das crianças. Infelizmente não passou de boas intenções.
Por sua vez, o Estado nas
últimas décadas tem pretendido educar, na escola, mesmo conhecendo que muitas
vezes está contra a vontade dos progenitores.
Ao reeducar, a escola
inculca ideologias políticas, religiosas, conceitos morais, comportamentos, e
condutas de vida, diferentes das ensinadas em família, e cria assim
instabilidade, provocando desentendimentos entre pais e filhos.
Esquecem-se que a
globalização, e a recente vaga de imigrantes na Europa, trouxe novas crenças,
comportamentos, e tradições diferentes das dos indígenas.
Deve-se, a meu ver,
respeitar as minorias, mas sem esquecer a maioria, ou a que ainda o é. Por
isso, a escola apenas deve ensinar e não educar.
Naturalmente, cabe aos
pais educar como querem seus filhos, e ao Estado, na escola, ensiná-los.
Em ditadura, o Estado
totalitário tenta moldar as mentes em formação, de forma que todos pensem de
igual modo, ou não se pense nada. Porém, em democracia, é inconcebível.
Pretendo, com essa
crônica, esboçar temas que preocupam a sociedade, a fim de o leitor refletir
sobre o assunto. Lembro que o bem-estar de todas as Famílias, é o bem-estar da
nação, visto que um país não é mais que o conjunto de todas as Famílias.
Título e Texto: Humberto
Pinho da Silva, julho de 2024
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