Humberto Pinho da Silva
Neste domingo de céu enevoado, mas sem chuva, dirigi-me para a minha mesa de voto.
Árdua tarefa de escolher
político que não conheço, desconhecendo, também, sua conduta como cidadão.
Apenas sei o que diz e o que quer que eu saiba, para poder alcançar o cargo que
deseja. Fui levado mais pelo instinto, experiência devido à minha idade no
propósito de cumprir o dever patriótico.
Ao atravessar o portão da
escola, onde se encontravam as mesas de voto, surgiu-me parente que logo
entabulou conversa:
Disse-me que há mais de
dez anos que não vota!...
Perante a minha estupefação, explicou-se: teve necessidade de renovar o BI. O novo é Perpétuo. Ficou contente. Era para toda a vida...
Entretanto teve de mudar de localidade. Avisou as Finanças, o Banco, e foi à Junta da nova Freguesia, para lhes dar conhecimento da mudança. Disseram-lhe ser impossível sem Cartão de Cidadão.
Não tirou. Comprou casa,
vendeu casa, realizou transações comerciais, e o BI serviu-lhe para tudo. Ao
pedirem-lhe documento para provar a residência, sempre lhe bastou o recibo da
água ou da eletricidade...
Desta vez abriram exceção: podia votar com o seu BI, graças à Internet.
Agora pergunto: quais são
as dificuldades das Juntas a transferirem a residência, sem Cartão de Cidadão?
Como o meu parente,
quantos idosos doentes não estão impedidos de votar?
Parece-me uma
incongruência.
Título e Texto: Humberto
Pinho da Silva, junho de 2024
Liberdade de expressão
"Ainda se vende essa porcaria?!"
A situação da igreja em Portugal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-