quarta-feira, 26 de junho de 2024

Casa no Arco do Teles onde viveu Carmem Miranda desaba no Centro do Rio

A Defesa Civil interditou o casarão histórico cujo telhado desabou e que fica localizado na Travessa do Comércio, em um trecho que tem passado por ampla revitalização, mas ainda sofre com alguns sobrados históricos abandonados por seus proprietários

Altair Alves

O telhado do casarão onde viveu Carmen Miranda desabou na manhã desta terça-feira (25/6), na Travessa do Comércio, no Centro do Rio. O imóvel – que é particular – fica localizado no número 13 da via, na região do Arco do Teles, no coração do centro histórico da cidade, numa área vizinha ao Paço Imperial, o Chafariz do Mestre Valentino e a igreja Lapa dos Mercadores. Ninguém ficou ferido. A Defesa Civil interditou o local, e o Iphan realizou também uma vistoria. Toda a região Arco do Teles íntegra o conjunto tombado nacional da Praça XV, um verdadeiro polo cultural e gastronômico no Centro, que tem assistido a diversas inaugurações de negócios dos mais diversos. Porém, a região sofre ainda com alguns sobrados totalmente abandonados por seus proprietários.

DIÁRIO DO RIO apurou que a propriedade pertence a empresa do setor imobiliário, a Arilucas, do advogado Alexandre Barreira. Em 2011 a companhia comprou o prédio por cerca de R$ 1,1 milhão. O antigo sobrado estaria em fase de arrecadação pela Prefeitura, após mais de 10 anos de descaso e abandono que resultaram em sua ruína.

Em 2020, o DIÁRIO DO RIO já havia noticiado o desinteresse do poder público pelos espaços históricos da cidade, ao denunciar a invasão e os atos de vandalismo na antiga casa de Carmem Miranda, que chegou a ser invadida. A ação, realizada por uma quadrilha de criminosos, foi desfeita pela Guarda Municipal, que naquela época interditou o edifício. Desde então já houve diversas vistorias ao imóvel, que deve quase 250 mil de IPTU e está caindo aos pedaços. 

Carmen Miranda, à esquerda, com a sua irmã na porta de casa no Arco do Teles, foto: Arquivo

Imagens e um vídeo obtidos com exclusividade pelo DIÁRIO DO RIO, nesta terça-feira (25/06), mostram o tamanho do estrago provocado pelo desabamento do telhado no interior da casa. A quantidade de entulho e poeira, somada a um imóvel degradado, com paredes descascadas, portas quebradas e o chão completamente destruído, escancaram o descaso com o local. E o prédio neste estado é franca ameaça aos vizinhos – sendo que o número 11 está prestes a receber uma Galeria de Fotografias através do projeto municipal Reviver Cultural, que põe dinheiro público na reforma de prédios com potencial para cultura entretenimento. Dinheiro este agora colocado em risco pela inércia da Arilucas, dona do imóvel arruinado. Um caso semelhante ao que ocorreu em outubro passado quando o número 19 da mesma rua desabou, destruindo o vizinho e quase atingindo uma igreja de 1747.

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Título e Texto: Altair Alves, Diário do Rio, 25-6-2024 

2 comentários:

  1. Pelo brilhante texto, aliás, bem esclarecedor, de Altair Alves, do “Diário do Rio,” cheguei à conclusão e não só a ela, percebi, mesmo tapa na fuça, que o brazzzil (escrito assim mesmo) não tem história, não tem memória, não guarda nem preserva as suas relíquias. Acredito ainda que tem gente que nem sabe quem foi Carmem Miranda. Nem eu sei. Quem foi Carmem Miranda? Se alguém tiver a ideia (excluindo o jornalista Nelson Motta) de fazer uma pesquisa, muitos dirão que “nunca ouviram falar em Carmem Miranda.” “Não é do meu tempo.” O brasileiro é sem dúvida alguma um povo imbecilizado, tapado, vazio da própria história, cego não só das vistas e dos “zuvidos,” mas da cultura de um modo geral, uma gentalha sem princípios no tocante a manter viva e conservar a sua história. Quem foi Carmem Miranda? Que legado ela deixou para a nossa cultura? Era o que essa moça? Que apito tocava? Cantora, dançarina, escritora, mulher de rua que vivia na Praça Tiradentes, ou que fazia vida na Praça Mauá em frente ao “Edifício A Noite,” ou debaixo da ponte dos Arcos? Em passo idêntico, que importância teve para a história do brazzzil tal edifício? O que é o Paço Imperial, o Chafariz do Mestre Valentino (ainda é vivo, apesar de Valentino??!!). Vamos mais: e a Igreja Lapa dos Mercadores, a Ponte dos Arcos? Liga o que, de onde para onde? Talvez, creio nem “os cariocas da gema” saibam responder. E a tal Ari-lulu-cas do “devogado” Alexandre Barreira. O nobre causídico precisa remover as “barreiras”. Pois bem! Voltando à Carmem Miranda... onde começou a cantar... ah, era cantora? Cante um pedacinho de uma música que ela gostava. Chegou ao estrelato? Tinha fama? Chegou a sair do país? Fez filmes? Apareceu em alguma merda produzida pela Globo? Diga ao menos o nome de um filme, ou de uma série que ela participou... prezados, o espaço fica aberto para quem quiser se aventurar. Agora, depois que a casa caiu uma parte, apareceu um proprietário... o iphan (Instituto dos Parasitas “H”onestos” e Apreciadores do Nada). Pesquisando na Internet, iphan (com “i” minúsculo), descobri que essa espelunca (perdão, esse institu-tutu-tuto) “protege e promove os bens culturais do País, assegurando a sua permanência e usufruto para gerações presentes e futuras.” Que coisa linda! Calma, vamos rir... kikikikikikikikikikikikik.

    Aparecido Raimundo de Souza
    Da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

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  2. É mesmo!... Quem foi Carmem Miranda? 😯

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