sexta-feira, 21 de junho de 2024

Revista Oeste 222 – Carta ao leitor

A proibição do debate no Brasil, o monitoramento das redes sociais pelo STF e o esbanjamento de Lula e Janja estão entre os destaques desta edição


Branca Nunes

Durante a pandemia de covid-19, certos temas — a origem do vírus chinês, a necessidade de distanciamento social e a eficácia da vacina, por exemplo —foram promovidos a dogmas incontestáveis. Quem ousasse debater essas verdades oficiais era sumariamente cancelado, censurado ou desmonetizado. Nas eleições presidenciais de 2022, ingressou nesse grupo especial a confiabilidade das urnas eletrônicas.  

Há uma semana, foi também proibido discutir o aborto. “Poucas vezes a criminalização das opiniões contrárias foi tão neurótica quanto neste caso”, observou J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição. “Que crime poderia haver nisso? Há pessoas a favor do aborto. Há pessoas que são contra. Há as que propõem um prazo máximo para a sua realização — neste caso, cinco meses de gravidez. Todas têm razões legítimas para pensar como pensam; ninguém pode ser impedido de defender uma posição ou a outra.”  

O veto à liberdade de opinião e ao direito de pensar é cada vez mais abrangente. Agora, exemplifica Guzzo, também não se pode pedir provas científicas da “crise climática” ou defender a anistia para os condenados do 8 de janeiro de 2023. E está em vigor há cinco anos a intolerância inaugural: ninguém deve criticar a atuação do STF ou decisões autocráticas de seus ministros. Quem ousa desafiar a regra não escrita pode ser incluído no distópico Inquérito das Fake News ou num de seus clones.  

Para dispor de controles que garantam a imposição da própria vontade, o STF abriu licitação para contratar uma empresa incumbida de monitorar 24 horas por dia, sete dias por semana, o que se publica sobre o Tribunal e seus 11 togados nas redes sociais. Além de saber o que se discute, a empresa precisará mapear quem fala e de onde fala. Apenas regimes ditatoriais recorrem a mecanismos semelhantes.  

Enquanto a censura se avoluma e a economia encolhe, Lula e Janja acabam de desfrutar de outra viagem ao exterior. Na Itália, o casal se hospedou no hotel Borgo Egnazia [fotos], na região da Puglia, um dos mais luxuosos da Europa. “As diárias alcançam a cifra de R$ 71 mil”, mostra a reportagem de Rachel Díaz e Thiago Vieira.

O presidente e a primeira-dama dão a impressão de que vão se tornando viciados em torrar dinheiro extorquido dos pagadores de impostos. Somados um tapete (R$ 114 mil), um “sofá reclinável comprado sem licitação” (R$ 65 mil), uma cama (R$ 42 mil) e outros luxos semelhantes, o valor desperdiçado em móveis e na reforma do Alvorada e da Granja do Torto ultrapassou a cifra de R$ 26 milhões.

Lula se autodenomina Pai dos Pobres desde o século passado. Hoje, vive a vida de multimilionário. E a conta é paga por nós.

Boa leitura.

Branca Nunes, Diretora de Redação, Revista Oeste, 21-6-2024

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