A proibição do debate no Brasil, o
monitoramento das redes sociais pelo STF e o esbanjamento de Lula e Janja estão
entre os destaques desta edição
Branca Nunes
Durante a pandemia de
covid-19, certos temas — a origem do vírus chinês, a necessidade de
distanciamento social e a eficácia da vacina, por exemplo —foram promovidos a
dogmas incontestáveis. Quem ousasse debater essas verdades oficiais era
sumariamente cancelado, censurado ou desmonetizado. Nas eleições presidenciais
de 2022, ingressou nesse grupo especial a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Há uma semana, foi também
proibido discutir o aborto. “Poucas vezes a criminalização das opiniões
contrárias foi tão neurótica quanto neste caso”, observou J.R. Guzzo no artigo
de capa desta edição. “Que crime poderia haver nisso? Há pessoas a favor do aborto.
Há pessoas que são contra. Há as que propõem um prazo máximo para a sua
realização — neste caso, cinco meses de gravidez. Todas têm razões legítimas
para pensar como pensam; ninguém pode ser impedido de defender uma posição ou a
outra.”
O veto à liberdade de opinião e ao direito de pensar é cada vez mais abrangente. Agora, exemplifica Guzzo, também não se pode pedir provas científicas da “crise climática” ou defender a anistia para os condenados do 8 de janeiro de 2023. E está em vigor há cinco anos a intolerância inaugural: ninguém deve criticar a atuação do STF ou decisões autocráticas de seus ministros. Quem ousa desafiar a regra não escrita pode ser incluído no distópico Inquérito das Fake News ou num de seus clones.
Para dispor de controles que
garantam a imposição da própria vontade, o STF abriu licitação para contratar
uma empresa incumbida de monitorar 24 horas por dia, sete dias por semana, o
que se publica sobre o Tribunal e seus 11 togados nas redes sociais. Além de
saber o que se discute, a empresa precisará mapear quem fala e de onde fala.
Apenas regimes ditatoriais recorrem a mecanismos semelhantes.
Enquanto a censura se avoluma e a economia encolhe, Lula e Janja acabam de desfrutar de outra viagem ao exterior. Na Itália, o casal se hospedou no hotel Borgo Egnazia [fotos], na região da Puglia, um dos mais luxuosos da Europa. “As diárias alcançam a cifra de R$ 71 mil”, mostra a reportagem de Rachel Díaz e Thiago Vieira.
O presidente e a primeira-dama
dão a impressão de que vão se tornando viciados em torrar dinheiro extorquido
dos pagadores de impostos. Somados um tapete (R$ 114 mil), um “sofá reclinável
comprado sem licitação” (R$ 65 mil), uma cama (R$ 42 mil) e outros luxos
semelhantes, o valor desperdiçado em móveis e na reforma do Alvorada e da
Granja do Torto ultrapassou a cifra de R$ 26 milhões.
Lula se autodenomina Pai dos
Pobres desde o século passado. Hoje, vive a vida de multimilionário. E a conta
é paga por nós.
Boa leitura.
Branca Nunes, Diretora
de Redação, Revista Oeste, 21-6-2024
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