A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni continua a trair a sua plataforma populista, virando as costas ao húngaro Viktor Orbán após as eleições para o Parlamento Europeu
Paulo Hasse Paixão
Orbán, que está a assumir a presidência rotativa da União Europeia (UE) sob o lema de inspiração populista “Make Europe Great Again”, está a tentar unir forças com Meloni no Parlamento Europeu. Os Fratelli d’Italia (FdI), de Meloni, e o Fidesz, de Orbán, ganharam as eleições europeias nos seus respectivos países, e os populistas obtiveram, em geral, uma representação mais forte do que nunca.
No entanto, Meloni está
a rejeitar as propostas de Orbán para que os seus
deputados eleitos para o Parlamento Europeu se juntem ao eurogrupo dito
“populista” dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que ela domina. E
isto porque a traidora profissional está a tentar obter favores do Grupo do
Partido Popular Europeu (PPE), no qual reinam os globalistas franceses e
alemães.
No entanto, Meloni não parece
estar a receber qualquer recompensa pelo seu comportamento prostituto. O PPE,
os Socialistas e Democratas (S&D) e os Liberais estão a preparar-se para
dividir entre si os cargos de topo do bloco, deixando a italiana de mãos vazias.
Antes de vencer as eleições em 2022, Meloni e o seu partido foram comparados a Marine Le Pen e ao Rassemblement National em França, com grande parte da imprensa a denunciá-la como a líder de “extrema-direita” do país e estabelecendo paralelos disparatados com Benito Mussolini.
No entanto, logo que
subiu ao poder executivo, a senhora abandonou a
plataforma anti-migração em massa com que tinha feito campanha, concentrando-se
em apoiar o
regime Zelensky e a guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia. O número
de migrantes ilegais que atravessam o Mediterrâneo para dar à costa em Itália aumentou substancialmente
sob o seu mandato e o governo também aprovou o aumento da imigração legal,
repetindo a narrativa globalista de que “a Europa e a Itália precisam de
imigração”.
Em vez de se mostrar solidária
com colegiais populistas como Viktor Orbán, Meloni cultivou as relações com
liberais de esquerda como Joe Biden e von Der Lyen.
O socialista alemão Martin
Schulz, antigo presidente do Parlamento Europeu, gabou-se recentemente de a UE ter sido capaz de
“disciplinar” Meloni, de forma a submetê-la ao regime globalista.
E não é que a gabarolice seja
despropositada.
Meloni não é, porém, a única
líder à direita a impedir uma forte coligação de populistas no Parlamento
Europeu. Marine Le Pen também recusou ao AfD a entrada no grupo que lidera, o ID,
impossibilitando assim que os populistas alemães façam valer o seu estrondoso
resultado eleitoral na assembleia legislativa da UE.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
25-6-2024
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