Paulo Hasse Paixão
Como se ainda não fosse
suficientemente claro, essa questão foi finalmente resolvida na noite de ontem.
No momento em que publicamos
este artigo, os estrategas da campanha de Biden estão a culpar “uma
constipação” pelo desempenho miserável e agonizante de Joe, enquanto o aparelho
democrata está a desenterrar obscuras soluções normativas, numa tentativa de expulsar
o seu candidato e substituí-lo na
convenção de Chicago, no final de Agosto.
As análises ao debate, mesmo
aquelas produzidas pelos até aqui indefectíveis apoiantes de
Biden, são quase todas incrivelmente críticas
da penosa prestação do atual “líder do mundo livre” (esta expressão dá vontade
de rir). Na noite de quinta-feira, Joe Biden foi um desastre com pernas
(bambas), balbuciando frases incompletas ou ininteligíveis, informações
explicitamente falsas, contradições gritantes e pontos de vista desviados de
qualquer indício de sanidade mental, enquanto Trump se limitava a observar o
deprimente espetáculo, por vezes parecendo mesmo preocupado com o bem-estar do
rival.
Nos poucos momentos em que se deu ao trabalho de alfinetar o seu adversário, Trump disse aquilo que toda a gente estava a pensar:
“Não sei mesmo o que ele
disse no fim da frase, e acho que ele também não”.
Biden rambles.
— Greg Price (@greg_price11) June 28, 2024
Trump: "I really don't know what he said at the end of that sentence and I don't think he knows what he said either" pic.twitter.com/a7YA0dCyef
De facto, milhões de
americanos podem muito bem ter dito algo do género, enquanto assistiam,
aterrorizados, a um debate que não foi um debate, que foi um ato de crueldade
exercida sobre um homem enfermo; que foi uma espécie de apocalipse, enquanto
viam o seu Presidente confuso, irado, débil e incapaz de concluir muitos dos
seus argumentos sem se contradizer, sem se afastar completamente da linha de
pensamento e sem conseguir terminar as suas caóticas linhas de raciocínio,
parando as frases a meio, quase parecendo consciente da sua incapacidade para
estar ali a discutir política, como candidato a uma eleição presidencial.
Isto já para não falar nas
conclusões que os outros líderes mundiais tiraram depois de assistirem a este
crepúsculo da razão e do senso comum. Joe Biden só é presidente dos Estados
Unidos da América porque os Estados Unidos da América são uma nação doente e
frágil como o seu líder.
Os democratas estão agora em
pânico. Depois de passarem anos a clamar que Donald Trump era demasiado
estúpido para ser presidente, não foram capazes de melhor do que enfiar na Casa
Branca um homem que, mesmo quando ainda são de mente nunca foi propriamente um
génio e que já em 2020 não tinha, claramente, condições intelectuais para
exercer o cargo. Ainda assim, tentaram impor à América e ao mundo mais quatro
anos disto, simplesmente para preservar o seu poder político. Agora, são
forçados a alterar, da noite para o dia, a lamentável estratégia,
definitivamente exposta por aquilo que é, ao vivo e a cores.
Uma coisa é certa: Só muito
dificilmente Joe Biden será o candidato democrata às presidenciais de novembro.
Resta saber que coelho satânico vão os poderes instituídos em Washington tirar
da cartola.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
28-6-2024
About the Debate Trump X Biden
Watch Live: Biden and Trump in the First 2024 Presidential Debate
Why Trump Did Better than Expected: Restrained, Poised Performance with Minimal Prep
ResponderExcluirO fato de alguém estar chocado com o desempenho de Biden no debate de ontem apenas mostra como a imprensa se vendeu ao sistema, não mediu esforços para esconder o verdadeiro estado mental do atual Presidente, e enganou o público americano e ao redor do mundo.
ResponderExcluirO que aconteceu ontem acontece desde 2020. Biden fez uma campanha trancado no porão, sem comícios, sem povo, sem entrevistas, sem debates.
Quando eleito, nunca - nunca! - deu uma entrevista coletiva sem saber as perguntas de antemão. Todas aconteceram em ambientes controlados com repórteres de joelhos que nunca questionaram sua administração, suas políticas, suas ações ou o seu visível declínio cognitivo e mental.
A campanha de Biden acaba de confirmar que ele segue na corrida, mas eu tenho minhas dúvidas se o Partido Democrata levará seu nome até novembro. A imprensa democrata está derretendo hoje diante da catastrófica noite de Biden.
Doadores e apoiadores democratas já pedem um plano B abertamente. Gavin Newson (governador da Califórnia) segue “apoiando” Biden, mas já está dando entrevistas sorridentes como um possível nome.
Se você está chocado com o que viu ontem, você não está sabendo das notícias por veículos de imprensa idôneos do jornalismo independente - você está sendo enganado. E há muito tempo.
Não há nada de novo na performance de Biden ontem. O devastador estado mental de Joe Biden que o mundo testemunhou foi mais uma “teoria da conspiração” da “extrema direita” que magicamente virou realidade.
Ana Paula Henkel, X, 28-6-2024, 18h58