quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Quem prendeu quem?

Um recado a Alexandre de Moraes — sob o olhar da História


Prof. Jorge Leibe

Como professor, historiador e analista político, observo o cenário nacional com a distância que apenas o tempo costuma oferecer. E há algo evidente: o destino de Jair Bolsonaro e o de Alexandre de Moraes já está sendo escrito nas páginas que em breve a História registrará.

Nos últimos anos, Moraes assumiu um protagonismo que transformou seu próprio cargo em confinamento. Seu gabinete, antes símbolo institucional, tornou-se uma fortaleza não por excesso de poder, mas por ausência de paz. Quem governa pela caneta vive sob o peso de cada decisão. O cargo permanece; a tranquilidade, não.

Bolsonaro, por outro lado, ocupa um lugar singular no imaginário político do país. Não depende de cargo nem de aparato estatal. Onde chega, o povo o reconhece e o projeta. Sua força não nasce de um gabinete, mas da identificação social — e esse tipo de poder o Estado não controla.

Enquanto isso, o STF enfrenta desgaste de credibilidade perante parcela crescente da população. Toda decisão controversa reforça a percepção de desequilíbrio e alimenta a desconfiança. Instituições pagam caro quando ultrapassam a linha sutil entre autoridade e excessos.

A História não se escreve com caneta, mas com memória coletiva. E essa memória costuma ser implacável.

E no fim, fica a pergunta que sintetiza a inversão simbólica deste tempo:

Quem prendeu quem?

De um lado, a figura política que segue livre na consciência de milhões. Do outro, o magistrado que, mesmo no topo do poder, parece cada vez mais cercado pelas próprias decisões. A frase provoca porque revela o verdadeiro laboratório do poder: quem o exerce — e quem, no fundo, está aprisionado por ele.

Deus te abençoe.

Título, Imagem e Texto: Prof. Jorge Leibe, Facebook, 25-11-2025 

Um comentário:

  1. O dinheiro falou mais alto. Só isso. Dinheiro tem voz, presença, status, sede de Poder. Se quiser posso enumerar mais atributos à ele.
    Carina Bratt, de Atafona, no Rio de Janeiro.

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