domingo, 16 de março de 2025

[As danações de Carina] Faz ou não sentido?!

Carina Bratt 

O QUE SIGNIFICA em nosso dia a dia essa simples perguntinha? Que perguntinha? Ora, o que não faz sentido! Ah... e o que é ou o que significa não fazer sentido? Vamos tentar desembolar a situação. O que chamamos de ‘não faz sentido’ muitas vezes desafia a nossa compreensão da lógica. E existe lógica em não ter sentido? Será que tudo precisa ter sentido? Sim ou não? Grandes obras literárias, como ‘A Metamorfose’ do tcheco Franz Kafka, onde o escritor conta a história de Gregor Samsa que do nada se transformou num inseto cosmopolita infernal da ordem dos ‘animalios ou animalias’ pior que o Lula, ou ‘O Duelo’ do alemão Heinrich Von Kleist com Bolsonaro, ou ainda ‘As Confissões de um pau perfeito,’ do paranaense Aparecido Raimundo de Souza, que arranjou uma renca de filhos com um monte de mulheres e hoje vive arrancando os cabelos de uma suposta calvície antes dos cem anos... enfim, esses autores exploraram a ideia de que o absurdo pode revelar verdades profundas sobre a condição humana. O ‘não faz sentido’ nos confronta, ou nos desafia a olhar a toda hora para o ‘além do óbvio’ e a questionar normas que tomamos como garantias não muito garantidas. 

Na nossa vida cotidiana, os momentos ‘sem sentido’ muitas vezes são os mais memoráveis. Vamos começar pensando nas pequenas coincidências, tipo, encontrar alguém conhecido em um lugar improvável, como por exemplo a primeira dama Sanja, perdão, Cama, num galinheiro na Cracolândia em São Paulo, ou o jogador Neymar, em sua mansão em Mangaratiba estraçalhando uma bola de futebol roubada de um flamenguista doente, ou, pior, o Roberto Carlos, no aeroporto Santos Dumont querendo saber quem pintou a cara do Zeca Pagodinho em seus dois aviões Gulfstream, sacanagens que em face de seus toques (TOC) acabaram levando o Cachoeirense a sentir experiências inesperadas. O acaso e o absurdo, quando isso ocorre, fazem parte do nosso charme como humanos. Será? Tenho dúvidas! Todavia, essas diabruras imprimem cor à nossa jornada. Se olharmos para a ciência perceberemos que muitos avanços que hoje tomamos como óbvios’ começaram como algo absurdo. Quem imaginaria, que um dia falaríamos com seres de outro planeta, saídos dos cafundós do inferno como Fernando Haddad, Dilma Rousseff e até Gilmar Mendes através de assistentes virtuais com vozes de bichas mal paridas por conta de computadores ou celulares fabricados na Zona Franca de Manaus? 

Talvez, por conta dessas merdas, o ‘não faz sentido’ seja menos sobre a ausência de lógica e mais sobre como as nossas perspectivas moldam o que consideramos ‘normal’. Afinal, o mundo está cheio de paradoxos, e aprender a dançar com eles ao som das músicas deliciosas e lindas do Pablululu Evittar pode ser a chave para uma vida mais rica em pesadelos. Nesse tom cavalcante, o que é não fazer sentido em minha vida? Vamos lá. O ‘não fazer sentido’ na minha vida pode surgir de diferentes formas: momentos de dúvida, situações que pareçam desconectadas do que eu esperava ou até mesmo perguntas existenciais que desafiam as certezas do cotidiano. Algo como: ‘Por qual motivo estou seguindo por este caminho se ele não me traz alegrias?. ‘Por quais motivos ou circunstancias certas coisas acontecem comigo sem que eu entenda os motivos?’. Muitas vezes, o ‘não faz sentido’ está ligado numa tomada 220 em busca de um propósito ou um significado, ou à maneira imbecilizada como eu, Carina, lido com as incertezas que surgem no meu emblemático e ao mesmo tempo capcioso catemerino. 

Obviamente nem sempre tais aporrinhações são negativas. Esses momentos ‘chatos e esquisitos’ podem ser como sinais indicando que é hora de explorar novas direções, ou refletir mais profundamente ou até mesmo abraçar a espontaneidade. Às vezes, o ‘não fazer sentido’ é onde a mágica ilógica acontece. Euzinha, inclusive, acho que é nesse espaço meio esquizofrênico que aprendo ou pior, cresço e me pego de boca aberta. O paradoxo de tudo o que disse já traz algo fascinante embutido: a essência do que busco um objetivo em coisas que talvez nunca estejam destinadas a serem efetivamente minhas. Há tantos aspectos na nossa vida que podem parecer sem sentido lógico, desde a hora do café matinal até as pequenas ironias tresloucadas do correr das horas, ou ‘escrevinhando’ de forma mais simples, desde o instante em que acordamos com as faces amassadas, até a hora em que voltamos a pular só de calcinha e nos pés, um par de sapatos de saltos altos da Vizzano nos braços aconchegantes de Morfeu. Por todo o exposto, deixo uma indagação sufocante: tudo o que escrevi faz, realmente, algum sentido?! 

Título e Texto: Carina Bratt, de Governador Valadares, em Minas Gerais, 16-3-2025 

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