Miguel Nunes Silva
No passado dia 25 de Abril, a Embaixada da Hungria (em Lisboa) acolheu um evento com um especialista em políticas migratórias do Instituto de Investigação sobre Migrações (Migrációkutató Intézet – MI) e com o deputado Pedro Frazão do Partido CHEGA!.
O Professor Viktor Marsai apresentou a recente publicação do MI que detalha a abordagem do governo húngaro, desmentindo muita da propaganda da velha imprensa e da União Europeia. O Professor Marsai salientou que, na verdade, implementar a legislação de Bruxelas em matéria de imigração [em massa] custaria mais a Budapeste do que pagar o milhão de euros diários em multas imposto pelo Tribunal Europeu de Justiça.
O perito húngaro expôs, aliás, as medidas contra a Hungria como ataques perfeitamente políticos pois a Polónia e a Lituânia ergueram barreiras na fronteira com a Bielorússia, especificamente para impedir a entrada de migrantes ilegais, e não só não foram multados mas foram mesmo elogiados pela política ‘anti-imigração’.
Não é como se a Hungria não acolhesse estrangeiros, pois duzentos mil vivem no país da Europa central, com a diferença que para ali foram legalmente, alguns beneficiando de bolsas do Estado. Em 2022, aquando da eclosão da guerra na Ucrânia, a Hungria concedeu autorizações de residência a vários estudantes de medicina somalis que não puderam acabar os seus estudos na Ucrânia, pela duração necessária dos seus cursos.
O que o governo de Orbán não permite são migrantes de segunda passagem, ou seja, aqueles que escolheram não permanecer no primeiro país de acolhimento e continuar a viagem para onde lhes apetecer, como foi o caso de migrantes indianos vindos da Ucrânia. Nessas circunstâncias não existe uma reivindicação legítima de asilo ou refúgio.
É pouco discutido, por exemplo, que os terroristas do Bataclan passaram pela Hungria vindos da Sérvia.
A fronteira húngara é, afinal de contas, uma fronteira do espaço Schengen e os esforços da Hungria para o seu controlo contribuem para a segurança dos húngaros e… dos europeus. E essa segurança, Budapeste pagou-a com dois mil milhões de euros do seu próprio orçamento.
A título ilustrativo, convém não esquecer que, nos EUA, 5% dos migrantes ilegais têm cadastro ou alguma filiação ao crime organizado e que na Europa, 85% dos que migrantes que chegam, conseguem permanecer no continente. A Alemanha gasta vinte e seis mil milhões em custos de integração, anualmente.
A esta exposição, os deputados Pedro Frazão e Madalena Cordeiro acrescentaram ainda que os níveis de imigração ilegal em Portugal são artificialmente baixos pois os governos socialistas naturalizaram muitos dos migrantes, com o governo português disponibilizando alojamento e refeições a requerentes de asilo sem obrigatoriedade de posto de trabalho.
A Hungria não sofre a mesma
erosão do sector social e não vive a mesma espiral de violência que observamos
em Portugal. Enquanto os partidos do sistema, herdeiros do marxismo cultural,
olham para a Europa ocidental degenerada como inspiração, a sociedade moderada
admira a melhor fonte de civilização para o Ocidente: Budapeste.
Título, Imagem e Texto: Miguel
Nunes Silva, ContraCultura,
16-6-2025
Miguel Nunes Silva é Diretor do Instituto Trezeno e autarca. É licenciado em Relações Internacionais e Mestre em Estudos Europeus, tendo na sua carreira passado por várias agências da ONU e da UE, e ainda pelo sector privado. As suas análises podem ser encontradas em publicações como o Observador, o Semanário Sol, The European Conservative, The American Conservative, The National Interest ou o Small Wars Journal.
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