Paulo Hasse Paixão
Por esta altura, todos já
ouviram falar do ataque devastador
que a Ucrânia desencadeou com recurso a enxames de drones lançados em
território inimigo, que visaram aeródromos que abrigavam a frota de
bombardeiros nucleares da Rússia na Sibéria e em vários outros locais no
interior do país.
A narrativa dominante é que a
‘operação spiderweb’ levou mais de 18 meses a ser planeada e executada, foi
“supervisionada pessoalmente” pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e é
da inteira responsabilidade das forças armadas e dos serviços de inteligência
ucranianos.
Mas ninguém com um neurónio
acordado acredita que esta operação foi programada e executada sem a
participação direta da NATO e dos serviços secretos ocidentais. O comediante e
dançarino homoerótico Zelensky não tem claramente competências técnicas para
“supervisionar” uma expedição às Bahamas e os ucranianos, a solo, não dispõem
da tecnologia e dos dados de inteligência para uma acção desta envergadura.
De acordo com relatos da
imprensa corporativa, o ataque destruiu 41 aeronaves, ou cerca de 34% da frota
de bombardeiros estratégicos da Rússia.
No entanto, outras fontes bem-informadas,
como o ex-diplomata britânico Alastair Crook, estimam que o número de
bombardeiros russos perdidos seja mais próximo de 7, ou cerca de 5% da frota
total do país. Os órgãos de comunicação social ocidentais sempre vão aceitar as
informações de Kiev sem qualquer espécie de inquérito, e na verdade são até
menos íntegros do que as agências noticiosas russas.
De qualquer forma, é justo
dizer que o que aconteceu no domingo na Rússia foi uma grande vitória militar e
de propaganda para a Ucrânia e uma falha embaraçosa dos serviços secretos e das
forças armadas russas.
Mas será que esta manobra irá alterar a trajetória da guerra entre a Rússia e a Ucrânia? Claro que não. Só vai na verdade aumentar a intensidade da invasão russa, que tem progredido com constância desde o falhanço da célebre contraofensiva ucraniana de 2023.
Seja como for, a grande
questão é a de saber o quanto esteve o Estado Profundo norte-americano
envolvido no processo e se Donald Trump tinha conhecimento do que ia acontecer.
Mais uma vez, a versão oficial é que o Presidente norte-americano e o governo federal
desconheciam o plano ucraniano. E mais uma vez, temos todos os motivos para
desconfiar dessa narrativa.
Como disse o ex-analista da
CIA Larry Johnson na segunda-feira, no podcast do juiz Andrew Napolitano, o
governo dos EUA esforçou-se para dar ao Presidente uma negação plausível,
distanciando-se de uma operação que transpõe largamente muitas linhas vermelhas,
e que ocorreu a a milhares de quilómetros da linha de frente, no coração do
território russo.
Na contexto da guerra por
procuração da NATO contra a Rússia, alguém em Washington, Londres ou Paris teve
que estar envolvido numa operação tão sofisticada e estratégica como a que
ocorreu na Rússia no domingo, segundo Johnson:
“É garantido. Pelo menos
um, se não mais oficiais, dentro da Agência Central de Inteligência sabia sobre
isso e pode até ter estado envolvido no planeamento e na operação.”
Quando pressionado por
Napolitano sobre o quão confiante ele estava de que a CIA, o MI6 ou talvez o
Mossad israelita estariam envolvidos numa operação desta magnitude, Johnson
respondeu:
“100%. Apenas as operações
de iniciar, de ligar os drones. Pense no processo. Temo-los escondidos sob este
telhado, então o telhado tem que ser aberto. Isso requer um comando externo. Os
relatos são de que eles estavam a usar a rede telefónica russa. Talvez… Mas
acho que a Starlink, a operação de Elon Musk, também esteve envolvida nisso.
Não se podem descartar as comunicações por satélite como fonte de imagens
aéreas. Foi relatado, embora não tenha visto nenhuma confirmação disso, que [o
secretário de Defesa dos EUA] Pete Hegseth estava a assistir ao ataque em tempo
real. O que significa [se for verdade] que ele sabia absolutamente que isso
iria acontecer.”
E se a NATO e a CIA estiveram
envolvidos no ataque, o que é que isso nos diz sobre Donald Trump? Surgem
apenas duas hipóteses:
a) Sabia do que ia acontecer,
pelo que acabou de perder toda a credibilidade no seu suposto papel de
pacificador entre a Rússia e a Ucrânia (que de qualquer forma já era muito
duvidoso porque um mediador não pode estar a fornecer armas a um dos lados da contenda,
por exemplo);
b) Não sabia o que ia
acontecer, caso em que percebemos que o Presidente norte-americano é um mero
fantoche, que não merece sequer ser informado pela NATO e pela CIA de decisões
de importância fulcral para o decurso da guerra que são tomadas por organizações
que deviam estar sob a sua égide.
Neste último caso, seria
pertinente perceber qual o papel de Tulsi Gabbard, a diretora dos serviços de
inteligência dos EUA, cuja posição, até aqui, não tem sido compaginável com os
delírios belicistas do pântano de Washington.
E não deixa de ser suspeito
que Trump, depois de chamar “doido” ao presidente russo, tenha escrito na sua
conta do Truth Social, na semana passada, a seguinte barbaridade:
“O que Vladimir Putin não
percebe é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente más já teriam
acontecido à Rússia, e eu quero dizer REALMENTE más. Ele está a brincar com o
fogo!”
Seriam os ataques aos
esquadrões nucleares russos as coisas “realmente más” que o Presidente
norte-americano referia?
Seja como for, o Kremlin terá
que reagir (Putin disse ontem a Trump numa chamada telefónica que iria
retaliar), seja como resultado deste contexto ou de novos ataques provocatórios
que vão por certo acontecer, e que nos vão enfiar a todos na Terceira Guerra
Mundial, o que implica que o Ocidente vai ter que combater também, em algum
momento, contra a China, o Irão e a Coreia do Norte.
Porque, como já tantas vezes
temos alertado,
os luciferinos leninistas-globalistas que controlam as esferas do poder na
América e na Europa sabem bem que precisam de um evento apocalíptico para
completar o seu projeto de domínio planetário.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
5-6-2025
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