quinta-feira, 5 de junho de 2025

Ex-analista da CIA: é "100% certo" que a agência esteve envolvida no ataque com drones ucranianos a aeródromos russos

Paulo Hasse Paixão

Por esta altura, todos já ouviram falar do ataque devastador que a Ucrânia desencadeou com recurso a enxames de drones lançados em território inimigo, que visaram aeródromos que abrigavam a frota de bombardeiros nucleares da Rússia na Sibéria e em vários outros locais no interior do país.

A narrativa dominante é que a ‘operação spiderweb’ levou mais de 18 meses a ser planeada e executada, foi “supervisionada pessoalmente” pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e é da inteira responsabilidade das forças armadas e dos serviços de inteligência ucranianos.

Mas ninguém com um neurónio acordado acredita que esta operação foi programada e executada sem a participação direta da NATO e dos serviços secretos ocidentais. O comediante e dançarino homoerótico Zelensky não tem claramente competências técnicas para “supervisionar” uma expedição às Bahamas e os ucranianos, a solo, não dispõem da tecnologia e dos dados de inteligência para uma acção desta envergadura.

De acordo com relatos da imprensa corporativa, o ataque destruiu 41 aeronaves, ou cerca de 34% da frota de bombardeiros estratégicos da Rússia.

No entanto, outras fontes bem-informadas, como o ex-diplomata britânico Alastair Crook, estimam que o número de bombardeiros russos perdidos seja mais próximo de 7, ou cerca de 5% da frota total do país. Os órgãos de comunicação social ocidentais sempre vão aceitar as informações de Kiev sem qualquer espécie de inquérito, e na verdade são até menos íntegros do que as agências noticiosas russas.

De qualquer forma, é justo dizer que o que aconteceu no domingo na Rússia foi uma grande vitória militar e de propaganda para a Ucrânia e uma falha embaraçosa dos serviços secretos e das forças armadas russas.

Mas será que esta manobra irá alterar a trajetória da guerra entre a Rússia e a Ucrânia? Claro que não. Só vai na verdade aumentar a intensidade da invasão russa, que tem progredido com constância desde o falhanço da célebre contraofensiva ucraniana de 2023.

Seja como for, a grande questão é a de saber o quanto esteve o Estado Profundo norte-americano envolvido no processo e se Donald Trump tinha conhecimento do que ia acontecer. Mais uma vez, a versão oficial é que o Presidente norte-americano e o governo federal desconheciam o plano ucraniano. E mais uma vez, temos todos os motivos para desconfiar dessa narrativa.

Como disse o ex-analista da CIA Larry Johnson na segunda-feira, no podcast do juiz Andrew Napolitano, o governo dos EUA esforçou-se para dar ao Presidente uma negação plausível, distanciando-se de uma operação que transpõe largamente muitas linhas vermelhas, e que ocorreu a a milhares de quilómetros da linha de frente, no coração do território russo.

Na contexto da guerra por procuração da NATO contra a Rússia, alguém em Washington, Londres ou Paris teve que estar envolvido numa operação tão sofisticada e estratégica como a que ocorreu na Rússia no domingo, segundo Johnson:

“É garantido. Pelo menos um, se não mais oficiais, dentro da Agência Central de Inteligência sabia sobre isso e pode até ter estado envolvido no planeamento e na operação.”

Quando pressionado por Napolitano sobre o quão confiante ele estava de que a CIA, o MI6 ou talvez o Mossad israelita estariam envolvidos numa operação desta magnitude, Johnson respondeu:

“100%. Apenas as operações de iniciar, de ligar os drones. Pense no processo. Temo-los escondidos sob este telhado, então o telhado tem que ser aberto. Isso requer um comando externo. Os relatos são de que eles estavam a usar a rede telefónica russa. Talvez… Mas acho que a Starlink, a operação de Elon Musk, também esteve envolvida nisso. Não se podem descartar as comunicações por satélite como fonte de imagens aéreas. Foi relatado, embora não tenha visto nenhuma confirmação disso, que [o secretário de Defesa dos EUA] Pete Hegseth estava a assistir ao ataque em tempo real. O que significa [se for verdade] que ele sabia absolutamente que isso iria acontecer.”

E se a NATO e a CIA estiveram envolvidos no ataque, o que é que isso nos diz sobre Donald Trump? Surgem apenas duas hipóteses:

a) Sabia do que ia acontecer, pelo que acabou de perder toda a credibilidade no seu suposto papel de pacificador entre a Rússia e a Ucrânia (que de qualquer forma já era muito duvidoso porque um mediador não pode estar a fornecer armas a um dos lados da contenda, por exemplo);

b) Não sabia o que ia acontecer, caso em que percebemos que o Presidente norte-americano é um mero fantoche, que não merece sequer ser informado pela NATO e pela CIA de decisões de importância fulcral para o decurso da guerra que são tomadas por organizações que deviam estar sob a sua égide.

Neste último caso, seria pertinente perceber qual o papel de Tulsi Gabbard, a diretora dos serviços de inteligência dos EUA, cuja posição, até aqui, não tem sido compaginável com os delírios belicistas do pântano de Washington.

E não deixa de ser suspeito que Trump, depois de chamar “doido” ao presidente russo, tenha escrito na sua conta do Truth Social, na semana passada, a seguinte barbaridade:

“O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente más já teriam acontecido à Rússia, e eu quero dizer REALMENTE más. Ele está a brincar com o fogo!”

Seriam os ataques aos esquadrões nucleares russos as coisas “realmente más” que o Presidente norte-americano referia?

Seja como for, o Kremlin terá que reagir (Putin disse ontem a Trump numa chamada telefónica que iria retaliar), seja como resultado deste contexto ou de novos ataques provocatórios que vão por certo acontecer, e que nos vão enfiar a todos na Terceira Guerra Mundial, o que implica que o Ocidente vai ter que combater também, em algum momento, contra a China, o Irão e a Coreia do Norte.

Porque, como já tantas vezes temos alertado, os luciferinos leninistas-globalistas que controlam as esferas do poder na América e na Europa sabem bem que precisam de um evento apocalíptico para completar o seu projeto de domínio planetário.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 5-6-2025

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