Paulo Hasse Paixão
Este ano, as mensagens de
Natal e Ano Novo das mais proeminentes figuras do estabelecimento ocidental
foram sintomáticas. Primeiro, porque demonstram que os valores do cristianismo
estão longe de ser os valores das elites que desgraçadamente presidem os nossos
destinos. Depois, porque fazem prova da ruptura a que hoje assistimos entre a
realidade e o discurso político, num jogo satânico de antíteses, fabricado com
a clara intenção de confundir, humilhar, alienar e desintegrar as massas.
Em Kiev, Zelensky desejou a
morte de Vladimir Putin, como se desejar a morte de alguém fosse um adequado
recado de boas festas.
Na desgraçada ilha dos bifes,
o Rei WEF, Carlinhos de seu nome, fez o previsível e estafado elogio da
‘diversidade’ que está a levar o seu Reino à guerra civil.
Netanyahu aproveitou a
celebração do nascimento de Cristo (nas palavras do seu porta-voz para os EUA,
Ben Shapiro, “um fora da lei que mereceu o castigo que teve”) para fazer
campanha pela guerra ao Irão.
Donald Trump, que não perde
uma oportunidade que seja para largar bombas por esse mundo fora, desejou
literalmente boas festas aos nigerianos com um postal de natal carregado de
cadáveres (o sexto país que o ‘presidente da paz’ bombardeia, em 11 meses de
mandato*). Emmanuel Macron, decidiu
honrar soldados e bombeiros, uns que quer ver a morrerem nas trincheiras da
Ucrânia, outros que quer ver maltratados pelas tribos islâmicas que importa a
ritmo recordista para o seu infeliz país. Na Alemanha, o chanceler que está a
fazer tudo o que pode e sabe para nos condenar a todos a um conflito termonuclear
com a Rússia, falou de paz, e conseguiu, no processo, a impossível tarefa de
manter sério o seu semblante. Ursula von der Leyen, que não é eleita por
ninguém, pelo que não tem um eleitorado a quem dirigir a sua mensagem
natalícia, optou naturalmente por direcionar a sua prosápia aos ucranianos, que
devem ser nesta altura do campeonato os únicos que a conseguem ouvir sem irem a
correr para o vomitódromo mais próximo.
Até o novo papa, que é igual ao último, rompeu todas as regras litúrgicas da época para politizar a mensagem Urbi et Orbi e a homilia de Natal até à agonia, forçando a cartilha da substituição demográfica tão querida ao globalismo descarado que reina triunfante no Vaticano desde que Ratzinger decidiu abandonar o trono de Pedro.
Em Portugal, Montenegro, do
alto do seu vigor intelectual e da sua superioridade moral, que vê certamente
como inquestionáveis, falou aos portugueses para os acusar de serem um povo sem
“mentalidade de superação”, coisa que alegadamente ele terá para dar e vender e
que resulta, por exemplo, em 220 milhões de euros por ano, sacados aos
riquíssimos contribuintes pátrios para serem desperdiçados na causa perdida, e
para além de perdida, corrupta, e para além de corrupta, luciferina, do regime
Zelensky.
Os portugueses, que não
conseguem encontrar um apartamento em Lisboa por menos de meio milhão de euros;
os portugueses, que estão a ser empobrecidos pela inflação a cada mês que
passa; os portugueses, que pagam em impostos para aí uns 75% do dinheiro que
ganham e que em contrapartida recebem serviços públicos de qualidade
terceiro-mundista; os portugueses, cujos interesses e aspirações Montenegro faz
questão de não representar nem defender, têm até uma excessiva capacidade de
superação, ao contrário da abstrusa acusação do primeiro-ministro, caso
contrário já tinham feito dele uma espécie de Antonieta.
A mentalidade de superação do
povo luso será, por estes dias, recordista. Superam o facto de serem roubados,
substituídos, humilhados, enganados, empobrecidos e desesperançados. Superam o
desdém, a indiferença, a malícia, o despudor, e até um cada vez menos secreto
ódio que as elites políticas e corporativas nutrem por eles.
E superam isso tudo de tal
forma que continuam a legitimar a corja de criminosos que os rege nas urnas,
nas lojas dos bairros fiscais, nos balcões dos bancos, nas caixas dos
supermercados, e até, pasme-se, nas papelarias onde continuam a comprar a
propaganda aviltante dos pravdas que lhes enfiam pela goela abaixo, como no meu
tempo se fazia às crianças com o óleo de fígado de bacalhau.
Os portugueses são os campeões
mundiais da superação. E Luís Montenegro é o primeiro beneficiário dessa
mentalidade, afinal recorrente neste cu do mundo, mas que analisa como escassa.
Porque, como impenitente e alienado criadito do globalismo transhumanista, o
homem é simplesmente incapaz de ter uma ideia aproximada da nação que dirige e
do povo que desgoverna.
E Jesus Cristo, é para aqui
chamado? Claro que não. O Natal, no Ocidente, já não é de Cristo. Foi,
entretanto, ocupado pelo seu contrário.
*
Iémen, Irão, Iraque, Somália, Síria e Nigéria. A Venezuela é já a seguir.
Título, Imagem e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
29-12-2025

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