Paulo Hasse Paixão
Os americanos, muito
americanos, Natali e Clayton Morris, do dissidente e recomendável canal Redacted,
viveram em Portugal durante cinco anos. E celebram, no vídeo
em baixo, com alguma e característica ingenuidade, a lei que o Chega!, a opinião
pública e os acontecimentos em
Espanha forçaram o PSD a fazer passar na Assembleia da República, e que, talvez
surpreendentemente, restringe pela primeira vez o fluxo imigratório que está a
transformar o país numa colónia muçulmana.
Não creio que esta lei vá
mudar seja o que for, para ser sincero, porque vivo aqui há 58 anos e sei
perfeitamente que quem manda neste país não são os políticos eleitos, mas o
arco corporativo dos burocratas de Bruxelas e dos interesses empresariais. Porque
sei bem que a agenda de Montenegro é copiada da agenda de Merz, de Starmer e de
Macron e na capa de finíssima pele de camelo tem gravada esta máxima:
Quanto pior, melhor.
E de qualquer forma, o mal já
está feito, porque enquanto os portugueses têm 0,2 filhos por cabeça, os
paquistaneses têm quatro ou cinco. Daqui a vinte ou trinta anos a nação será
não de Cristo, mas de Maomé. E não há nada que se possa fazer contra isso. Não
há maneira logística (nem política) de deportar um milhão de estrangeiros,
agora, ou cinco milhões, daqui a umas décadas.
Seja como for, não deixa de ser divertido ouvir o casal americano, que sigo regularmente e que deveras considero, elevar Portugal ao estatuto de país charneira no combate ao globalismo e André Ventura ao altar de redentor da coisa… Quero dizer: é divertido tanto como fantasioso.
Confiar em políticos a este
ponto é como comprar um bilhete para o circo: vamos na expectativa do maior espetáculo
do mundo, mas o elefante está magrinho, o leão está drogado, o palhaço rico é
constrangedor e a trapezista vai à rede três vezes antes de conseguir cumprir
com a acrobacia.
Ao André Ventura vai acontecer
a desventura que acontece a todos os populistas razoavelmente bem sucedidos no
Ocidente: quanto mais votos somar, menos populista vai ser. E tem até muito
mais em comum com os liberais-leninistas do que seria de supor neste estágio em
que ainda nem sequer chegou ao poder. Por exemplo: é um entusiasta da
organização criminosa a que geralmente chamamos NATO e também está aflitinho
por fazer a guerra à Rússia.
O segmento deste entretido
clip sobre a CNN Portugal é igualmente hilariante, embora também aqui os Morris
pareçam excessivamente optimistas quando dizem que os portugueses avaliam a
coisa pelo que ela é – um grosseiro e insuportável e caricato instrumento de
propaganda liberal-leninista. Tenho a certeza que há pelo
menos dois ou três milhões de retardados neste país que seguem o canal com
reverência religiosa.
E é assim.
Título e Texto: Paulo Hasse
Paixão, ContraCultura,
22-7-2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-