É profundamente preocupante observar
o avanço de uma verdadeira ditadura judicial no Brasil, onde decisões
monocráticas, perseguições políticas e investigações sem o devido processo
legal se têm tornado rotina. Mais inquietante ainda é o silêncio cúmplice do
nosso Governo e, em particular, do Presidente da República, que assiste
passivamente à erosão das liberdades democráticas e ao desequilíbrio
institucional entre os poderes.
O Brasil não é apenas mais um
país estrangeiro para Portugal — é uma nação irmã, com a qual partilhamos uma
longa história comum até à sua independência unilateral. Esta ligação histórica
e cultural confere a Portugal uma responsabilidade moral acrescida: a de
acompanhar, com atenção e coragem, os desenvolvimentos democráticos naquele
país.
Perante a gravidade do que está a acontecer, Portugal tem o dever de se pronunciar. Precisa de dizer, de forma clara e inequívoca, se concorda ou não com o atual estado das coisas no Brasil. Precisa de afirmar se está ao lado dos princípios democráticos ou se prefere fechar os olhos a um processo de judicialização da política que compromete seriamente o Estado de Direito.
Até ao momento, apenas os
Estados Unidos da América assumiram publicamente uma posição concreta sobre os
riscos à democracia brasileira. E Portugal? Vai continuar calado?
A omissão, neste contexto, não
é neutralidade — é cobardia institucional. E é também uma traição aos laços
históricos, culturais e afetivos que unem os dois povos. O Brasil merece — e
precisa — de mais do que o nosso silêncio.
Título, Imagem e Texto: J. L. Braga, Facebook, 22-7-2025
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