Paulo Hasse Paixão
Como o ContraCultura
tinha previsto na
semana passada, o terceiro governo francês desde Janeiro de 2024 não sobreviveu
a uma moção de confiança na Assembleia Nacional.
A França está assim – e de novo – mergulhada no caos político, com o primeiro-ministro François Bayrou a ver chumbada por um diferencial de 174 votos a moção que ele próprio convocou para galvanizar o apoio ao seu plano orçamental de 2026.
Bayrou, nomeado pelo
presidente Emmanuel Macron em dezembro do ano passado, expressou recentemente a
sua exasperação com o cenário político fragmentado do seu país, numa entrevista
em que protestou assim:
“Qual é o sentido de
derrubar o governo? São grupos políticos que não só não concordam em nada, mas,
pior ainda, estão a travar uma guerra civil aberta entre si”.
O impasse na legislatura francesa é resultado da tentativa dos partidos de extrema esquerda e do estabelecimento globalista de excluir do poder executivo o partido nacionalista Rassemblement National, liderado por Marine Le Pen, apesar de este ter se tornado o maior partido na Assembleia Nacional, depois de Macron ter convocado eleições legislativas antecipadas no ano passado.
Bayrou deve agora apresentar a
sua demissão a Macron, que enfrenta duas opções tortuosas: tentar nomear um
sucessor, que terá dificuldade em conseguir uma maioria no atual quadro desta
legislatura, ou dissolver a Assembleia Nacional e convocar novas eleições
antecipadas. Macron está relutante em convocá-las, considerando que as últimas
resultaram num crescimento da extrema-esquerda e dos nacionalistas, que
ultrapassaram largamente os partidos globalistas do tradicional e putrefacto
arco do poder.
Entretanto, a dívida soberana
de França é de cerca de três
triliões de euros, ou quase 114% do PIB. Os gastos públicos
representaram aproximadamente 57% do PIB no ano passado, impulsionados em parte
por gastos astronómicos com a segurança social — grande parte deles absorvidos
por migrantes e pelos seus descendentes.
O globalismo-leninismo e o pegajoso amor ao poder de Emmanual Macron estão a levar a França à ruína. Mas alguém ainda duvida que o objetivo sempre foi esse?
Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 9-9-2025
A crise em França vai afetar Portugal?
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